quinta-feira, 13 de setembro de 2012

UTOPIA MISSIONEIRA



Patrimônio Cultural da Humanidade, as ruínas do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo, em São Miguel das Missões (RS), contam a história da sociedade dos povos Guarani.
Sim, restaram pedras sobre pedras para contar a história. Como não se deixar tocar pela linguagem silenciosa falante das ruínas das Reduções Jesuíticas de São Miguel Arcanjo, a antiga capital dos Sete Povos das Missões, a 387 quilômetros da capital Porto Alegre (RS).
O Sítio Arqueológico sussurra com voz firme, em sua estrutura de pedras cantarias imponentes e armadas artisticamente com o material ligante que foi o barro. A eloqüente história sócio-cultural-religiosa dos povos Guarani a partir das reduções jesuíticas, segundo dom Estanislau Amadeu Kreutz, bispo emérito da Diocese de Santo Ângelo (RS), é sem dúvida um belo, mas comprometedor capítulo da história da humanidade e da Igreja Católica.
Após longos anos da trágica queda das reduções indígenas, da Primeira Etapa Histórica das Reduções, que vai aproximadamente de 1626 a 1634, o sonho do projeto utópico socioreligioso desvaneceu com o capítulo tenebroso das frentes empenhadas na caça de escravos indígenas para serviços de bandeirantes paulistas em suas fazendas e canaviais.
Dom Estanislau conta que foi uma busca ávida e sórdida por mão de obra qualificada dos Guaranis da reduções. “Os bandeirantes incendiavam as igrejas, onde se encontravam muitos índios refugiados. Massacravam mulheres e crianças. Os presos capturados eram acorrentados e conduzidos ao mercado de escravos em São Paulo”, narra o bispo, que é um dos grandes pesquisadores das Missões Jesuítico-Guaranis.

Revista: Família Cristã Nº 921 – Pág. 70
Autora: Osnilda Lima

SETEMBRO - MÊS DA BÍBLIA

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