Patrimônio
Cultural da Humanidade, as ruínas do Sítio Arqueológico de São Miguel Arcanjo,
em São
Miguel das Missões (RS), contam a história da sociedade dos
povos Guarani.
Sim,
restaram pedras sobre pedras para contar a história. Como não se deixar tocar
pela linguagem silenciosa falante das ruínas das Reduções Jesuíticas de São
Miguel Arcanjo, a antiga capital dos Sete Povos das Missões, a
387
quilômetros da capital Porto Alegre (RS).
O
Sítio Arqueológico sussurra com voz firme, em sua estrutura de pedras cantarias imponentes e armadas artisticamente com o material
ligante que foi o barro. A eloqüente história sócio-cultural-religiosa dos povos Guarani a partir das
reduções jesuíticas, segundo dom Estanislau Amadeu
Kreutz, bispo emérito da Diocese de Santo Ângelo (RS),
é sem dúvida um belo, mas comprometedor capítulo da história da humanidade e da
Igreja Católica.
Após
longos anos da trágica queda das reduções indígenas, da Primeira Etapa Histórica
das Reduções, que vai aproximadamente de 1626 a 1634, o sonho do projeto utópico
socioreligioso desvaneceu com o capítulo tenebroso das frentes empenhadas na
caça de escravos indígenas para serviços de bandeirantes paulistas em suas
fazendas e canaviais.
Dom
Estanislau conta que foi uma busca ávida e sórdida por
mão de obra qualificada dos Guaranis da reduções. “Os
bandeirantes incendiavam as igrejas, onde se encontravam muitos índios
refugiados. Massacravam mulheres e crianças. Os presos capturados eram
acorrentados e conduzidos ao mercado de escravos em São Paulo ”, narra o bispo, que é um
dos grandes pesquisadores das Missões Jesuítico-Guaranis.
Revista: Família Cristã
Nº 921 – Pág. 70
Autora: Osnilda Lima
SETEMBRO - MÊS DA BÍBLIA
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