Um
pinheiro solitário na planície infinita é um espetáculo. Saiu para a vida
timidamente, quase por acaso, embalado pelos ventos. Os temporais balançam sem
dó sua frágil cabeleira e, para não sucumbir, suas raízes penetram fundo no solo
argiloso. Adquiriu tamanha consistência que hoje não há furacão que possa
dobrá-lo. Lá está galhardo, na altura.
Em
um brilhante jogo de paradoxos, Paulo transmite-nos a dialética cristã da
fora-fraqueza: é na fraqueza humana que se enxerta, se prende e contrasta a
força de Deus. Quem quiser viver, tem que morrer. Para transformar-se numa
espiga dourada, o grão de trigo tem que apodrecer e ser sepultado no seio da
terra. A força nasce da fraqueza, a vida da morte, a consolação da desolação, a
maturidade das privações.
Quem
não sofreu, parece uma vara de bambu: não tem miolo. Não sabe nada. Um grande
sofrimento é como uma tempestade que devasta e arrasa vasta região. Passada a
prova, a paisagem reluz cheia de calma e de serenidade.
Livro: Sofrimento e Paz
– Para uma libertação pessoal pág. 181-182
Autor: Inácio
Larrañaga
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