quarta-feira, 5 de setembro de 2012

FAVOR NÃO DAR AS CARAS...



Faculdades cheias de mulheres? Mudem a cota

A vida não anda tranqüila para o regime do Irã. Israel pode atacar a qualquer instante o programa nuclear nada secreto do país, e, se Bashar Assad e seus asseclas desmoronarem na Síria, a teocracia iraniana perderá um dos poucos aliados que tem no Oriente Médio. O que não impediu o regime de tratar de assuntos realmente importantes, como proibir as iranianas de fazer 77 cursos universitários. Entre eles, administração de empresas, ciências da computação, engenharia elétrica e física. Sem esquecer outros perigos, como literatura inglesa, hotelaria e arqueologia. A Faculdade de Tecnologia em Petróleo já avisou que não aceitará mais estudantes mulheres. Alegação: faltam empregos para as graduadas, embora a indústria petrolífera seja a atividade econômica fulcral do país. A imposição, numa triste ironia, é resultado do esforço das estudantes iranianas, que ocupam atualmente mais de 60% das vagas das universidades. Situação que o regime quer “equilibrar”, como disse o ministro da Ciência e do Ensino Superior. Kamran Daneshjoo. Suas credenciais para isso são impecáveis. Acusado de falsificar títulos e plagiar artigos, ele foi expulso da Grã-Bretanha quando era estudante por tentar tocar fogo numa livraria que vendia obras de Salman Rushdie, o escritor anglo-indiano “condenado” à morte por blasfêmia imaginária.

Revista: VEJA  Edição 2284 ano 45 nº 35 pág. 53.
Autora: Vilma Gryzinski



Nenhum comentário:

Postar um comentário