Faculdades cheias
de mulheres? Mudem a cota
A
vida não anda tranqüila para o regime do Irã. Israel pode atacar a qualquer
instante o programa nuclear nada secreto do país, e, se Bashar Assad e seus asseclas desmoronarem na Síria, a
teocracia iraniana perderá um dos poucos aliados que tem no Oriente Médio. O que
não impediu o regime de tratar de assuntos realmente importantes, como proibir
as iranianas de fazer 77 cursos universitários. Entre eles, administração de
empresas, ciências da computação, engenharia elétrica e física. Sem esquecer
outros perigos, como literatura inglesa, hotelaria e arqueologia. A Faculdade de
Tecnologia em Petróleo já avisou que não aceitará mais estudantes mulheres.
Alegação: faltam empregos para as graduadas, embora a indústria petrolífera seja
a atividade econômica fulcral do país. A imposição, numa triste ironia, é
resultado do esforço das estudantes iranianas, que ocupam atualmente mais de 60%
das vagas das universidades. Situação que o regime quer “equilibrar”, como disse
o ministro da Ciência e do Ensino Superior. Kamran
Daneshjoo. Suas credenciais para isso são impecáveis.
Acusado de falsificar títulos e plagiar artigos, ele foi expulso da Grã-Bretanha
quando era estudante por tentar tocar fogo numa livraria que vendia obras de
Salman Rushdie, o escritor anglo-indiano “condenado” à
morte por blasfêmia imaginária.
Revista:
VEJA Edição
2284 ano 45 nº 35 pág. 53.
Autora: Vilma
Gryzinski
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