sexta-feira, 21 de setembro de 2012

DEFENSOR DOS ÚLTIMOS




·        O perdão oferecido por Jesus

Jesus entende e vive as refeições com pecadores como um processo de cura. Ao ver-se acusado por causa de sua conduta estranha e provocativa, responde com o seguinte refrão: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, e sim os enfermos.Aprendei de uma vez o que significa MISERICORDIA EU QUERO NÃO SACRIFÍCIOS”.
 Estas refeições têm um caráter terapêutico. Nelas Jesus lhes oferece sua confiança e amizade, liberta-os da vergonha e da humilhação, resgata-os da marginalização, acolhe-os como amigos. Pouco a pouco desperta neles o sentido da própria dignidade: não merecem nenhuma rejeição. Pela primeira vez sentem-se acolhidos por um homem de Deus. Doravante sua vida pode ser diferente.
Por isso suas refeições são alegres e festivas. Bebe-se vinho e provavelmente entoam-se cantos. No íntimo de seu coração, Jesus celebra com alegria o retorno dos “perdidos” à comunhão com o Pai. Também eles são filhos e filhas de Abraão. A alegria de Jesus contagia a todos. Não se pode ficar triste em sua companhia. É tão absurdo como estar jejuando junto ao noivo durante as bodas. Evidentemente, não são banquetes de caráter dionisíaco, como os que talvez ocorriam em Séforis ou Tiberíades. Jesus não convida à libertinagem. Não justifica o pecado, nem a corrupção, nem a prostituição. O que ELE faz é romper o círculo diabólico da discriminação, abrindo um espaço novo para o encontro amistoso com Deus.
Jesus senta-se à mesa com os pecadores não como juiz severo, mas como amigo acolhedor. O reino de Deus é graça antes que juízo. Deus é uma boa notícia, não uma ameaça. Os pecadores e as prostitutas podem alegrar-se, beber vinho e cantar junto com Jesus. Estas refeições são um autêntico “milagre” que os vai curando por dentro.


Livro: Jesus, Aproximação Histórica – pág. 247-248
Autor: José Antônio Pagola

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