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O perdão oferecido por
Jesus
Jesus
entende e vive as refeições com pecadores como um processo de cura. Ao ver-se
acusado por causa de sua conduta estranha e provocativa, responde com o seguinte
refrão: “Não são os que têm saúde que precisam de médico, e sim os enfermos.Aprendei de uma vez o que significa MISERICORDIA EU
QUERO NÃO SACRIFÍCIOS”.
Estas refeições têm um caráter terapêutico.
Nelas Jesus lhes oferece sua confiança e amizade, liberta-os da vergonha e da
humilhação, resgata-os da marginalização, acolhe-os como amigos. Pouco a pouco
desperta neles o sentido da própria dignidade: não merecem nenhuma rejeição.
Pela primeira vez sentem-se acolhidos por um homem de Deus. Doravante sua vida
pode ser diferente.
Por
isso suas refeições são alegres e festivas. Bebe-se
vinho e provavelmente entoam-se cantos. No íntimo de seu coração, Jesus celebra
com alegria o retorno dos “perdidos” à comunhão com o Pai. Também eles são
filhos e filhas de Abraão. A alegria de Jesus contagia a todos. Não se pode
ficar triste em sua companhia. É tão absurdo como estar jejuando junto ao noivo
durante as bodas. Evidentemente, não são banquetes de caráter dionisíaco, como
os que talvez ocorriam em Séforis ou Tiberíades. Jesus não convida à libertinagem. Não
justifica o pecado, nem a corrupção, nem a prostituição. O que ELE faz é romper
o círculo diabólico da discriminação, abrindo um espaço novo para o encontro
amistoso com Deus.
Jesus
senta-se à mesa com os pecadores não como juiz severo, mas como amigo acolhedor.
O reino de Deus é graça antes que juízo. Deus é uma boa notícia, não uma ameaça.
Os pecadores e as prostitutas podem alegrar-se, beber vinho e cantar junto com
Jesus. Estas refeições são um autêntico “milagre” que os vai curando por dentro.
Livro: Jesus,
Aproximação Histórica – pág. 247-248
Autor: José Antônio
Pagola
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