Várias
são os epítetos de Antônio Conselheiro: louco, santo, manipulador, subversivo,
fanático, líder camponês. Seja qual for o qualitativo a ele, é fato reconhecê-lo
como personagem da história brasileira.us em torno
desse fantasma.
O debate
sobre a fome e suas causas é recente. Existem ainda muitos tabus em torno desse
fantasma. Esses tabus são criados em virtude de restrições de ordem moral,
política e econômica. O que incomodou as autoridades da República foi o carisma
de conselheiro. O líder carismático, segundo Marx Weber, é o único capaz de
provocar profundas mudanças na ordem constituída. Daí o
Estado liberal republicano brasileiro colocá-lo como inimigo da República para
justificar o massacre a Canudos.
Em 1893 é
enviada uma
força policial com 30 homens contra os “conselheiristas”. Depois desse ataque,
Conselheiro decide buscar um lugar que garantisse uma melhor defesa contra as
investidas do governo, que, sabia, iriam se intensificar. Surge Belo Monte.
Canudos começa a ser erguido e ameaça o latifúndio. Canudos segundo Clóvis
Moura, foi um protesto radical por melhores condições de vida dos camponeses.
Para minimizar o caráter extremamente político do movimento e para que a
experiência realizada no arraial fosse simplesmente apagada, criou-se a imagem
de louco para Antônio Conselheiro.
Revista:
Sociologia Editora Escala nº 42 – pág. 40
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