segunda-feira, 3 de setembro de 2012

CONSELHEIRO DO SERTÃO



Várias são os epítetos de Antônio Conselheiro: louco, santo, manipulador, subversivo, fanático, líder camponês. Seja qual for o qualitativo a ele, é fato reconhecê-lo como personagem da história brasileira.us em torno desse fantasma.
O debate sobre a fome e suas causas é recente. Existem ainda muitos tabus em torno desse fantasma. Esses tabus são criados em virtude de restrições de ordem moral, política e econômica. O que incomodou as autoridades da República foi o carisma de conselheiro. O líder carismático, segundo Marx Weber, é o único capaz de provocar profundas mudanças na ordem constituída. Daí o Estado liberal republicano brasileiro colocá-lo como inimigo da República para justificar o massacre a Canudos.
Em 1893 é enviada  uma força policial com 30 homens contra os “conselheiristas”. Depois desse ataque, Conselheiro decide buscar um lugar que garantisse uma melhor defesa contra as investidas do governo, que, sabia, iriam se intensificar. Surge Belo Monte. Canudos começa a ser erguido e ameaça o latifúndio. Canudos segundo Clóvis Moura, foi um protesto radical por melhores condições de vida dos camponeses. Para minimizar o caráter extremamente político do movimento e para que a experiência realizada no arraial fosse simplesmente apagada, criou-se a imagem de louco para Antônio Conselheiro.

Revista: Sociologia Editora Escala nº 42 – pág. 40
Autor: Yago Euzébio Bueno de Paiva junho




Nenhum comentário:

Postar um comentário