Vês,
meu amigo, aquele cão que passa,
Gordo,
feliz, pernóstico, lavado,
O
olhar brilhante, o pelo bem cuidado,
A
correr e ladrar, cheio de graça?
Vês
como só por ser de boa raça
Vai
pela rua recebendo agrado,
O
carinho do povo embasbacado,
Que
o acompanha a sorrir em cada praça?
Aquele
cão, amigo, que não cansa
De
correr e saltar, à semelhança
De
muitos felizardos sem valor,
Verdadeiros
lulus da espécie humana,
Só
pela cara, amigo, engana,
É
um cão de luxo, um simples gozador.
Livro:
Rimas antigas, Sonetos e Poemas – Editora Líder pág.
109
Autor:
Nunes Bittencourt
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