terça-feira, 4 de setembro de 2012

DE QUE ESPÍRITO ESTAMOS FALANDO? ABORDAGEM SIMBÓLICA


De que Espírito estamos falando? Abordagem simbólica

Antes de refletir sobre o Espírito e sua presença nos crentes, na Igreja e no mundo, tempos de tentar esclarecer a que Espírito no referimos. Isto, porém, não é tarefa fácil.
Em nossa vida cristã, estamos acostumados a nos concentrar na pessoa de Cristo e, quando oramos, ordinariamente nos dirigimos ao Pai. O Pai-Nosso é nossa oração habitual, tanto no âmbito pessoal quanto comunitário e litúrgico. Tudo isto está certo.
Contudo, nesta nossa referência ao Pai e a Jesus, o Filho, costumamos esquecer o Espírito. Ou, se o mencionamos, acrescentando “no Espírito Santo”, não temos consciência da dimensão pessoal do Espírito. O Espírito tem sempre um caráter anônimo, impessoal, difuso, algo que nos dilui e que não podemos especificar. O Espírito está sempre rodeado de mistério e silêncio. É uma dimensão obscura de Deus, que permanece sempre oculta, impalpável, kenótica, ou seja, como que vazia de sentido.
Por isso, na Escritura, o Espírito revela-se nos através de símbolos fluidos e impessoais, mesmo que sumamente dinâmicos. O Espírito aparece mais como verbo do que como substantivo; é, antes de mais nada, ação, dinamismo. Enumeremos alguns desses símbolos através dos quais se nos manifesta o Espírito na Escritura. Posto que muitos deles sejam certamente bastante conhecidos, uma exposição de toda esta simbologia nos ajudará a nos aproximar, de algum modo, da riqueza do Espírito. Esta base é necessária para, a seguir, aprofundar a teologia e a práxis do Espírito em nossa vida pessoal, na Igreja e no mundo.

Livro: Não extingais o Espírito pág. 23-24
Autor: Victor Codina

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