De que
Espírito estamos falando? Abordagem
simbólica
Antes
de refletir sobre o Espírito e sua presença nos crentes, na Igreja e no mundo,
tempos de tentar esclarecer a que Espírito no referimos. Isto, porém, não é
tarefa fácil.
Em
nossa vida cristã, estamos acostumados a nos concentrar na pessoa de Cristo e,
quando oramos, ordinariamente nos dirigimos ao Pai. O Pai-Nosso é nossa oração
habitual, tanto no âmbito pessoal quanto comunitário e litúrgico. Tudo isto está
certo.
Contudo,
nesta nossa referência ao Pai e a Jesus, o Filho,
costumamos esquecer o Espírito. Ou, se o mencionamos, acrescentando “no
Espírito Santo”, não temos consciência da dimensão pessoal do Espírito. O
Espírito tem sempre um caráter anônimo, impessoal, difuso, algo que nos dilui e
que não podemos especificar. O Espírito está sempre rodeado de mistério e
silêncio. É uma dimensão obscura de Deus, que permanece sempre oculta,
impalpável, kenótica, ou seja, como que vazia de sentido.
Por
isso, na Escritura, o Espírito revela-se nos através de símbolos fluidos e
impessoais, mesmo que sumamente dinâmicos. O Espírito aparece mais como verbo do
que como substantivo; é, antes de mais nada, ação,
dinamismo. Enumeremos alguns desses símbolos através dos quais se nos manifesta
o Espírito na Escritura. Posto que muitos deles sejam certamente bastante
conhecidos, uma exposição de toda esta simbologia nos ajudará a nos aproximar,
de algum modo, da riqueza do Espírito. Esta base é necessária para, a seguir,
aprofundar a teologia e a práxis do Espírito em nossa vida pessoal, na Igreja e
no mundo.
Livro: Não extingais o
Espírito pág. 23-24
Autor: Victor Codina
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