segunda-feira, 24 de setembro de 2012

UMA ÉTICA PARA NOSSO TEMPO



Há trinta ou quarenta anos, um jovem ou uma jovem que sentisse impulsos de generosidade encerrava-se em um convento, ingressava em um seminário ou ia para as missões. Hoje, os jovens que tem inquietudes desse tipo dirigem-se a uma ONG, ou partem como voluntários para países de Terceiro Mundo, ou se põem a restaurar as moradias inabitáveis das pessoas mais desamparadas, que abundam em nossas grandes cidades. Vai-se extinguindo a velha preocupação pela pureza e pela piedade de outrora, ao mesmo tempo em que se potencializa uma nova sensibilidade. Nem mais, nem menos que a mesma sensibilidade que teve, segundo os evangelhos, Jesus, o Nazareno. A sensibilidade pelas vítimas deste mundo.
Verdade é que, infelizmente, muitas vezes se faz mal uso de tal sensibilidade. Estamos presenciando isso diariamente. “Embora haja vítimas em geral, as mais interessantes são sempre as que nos permitem condenar nossos vizinhos, os quais, por sua vez, agem do mesmo modo conosco e se recordam, principalmente, daquelas vítimas pelas quais utilizamos até o sofrimento das vítimas para tirar vantagem daqueles que consideramos adversários. O doloroso espetáculo dado por alguns políticos nesse sentido é algo que dá vergonha e até difícil de suportar.

Livro: A Ética de Cristo  pág. 105-106
Autor: José M. Castilho

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