Para
filosofarmos precisamos ficar parados, meditando? Para Confúcio – e outros
milhões de chineses – a resposta é “não”! Precisamos apenas de um pouco de
sossego, para planejarmos o próximo passo.
Confúcio (-551
– 479) foi um crítico da meditação parada. Ele mesmo disse: “uma vez tentei
meditar, passei um dia sem comer e uma noite sem dormir.
Foi inútil. Melhor estudar. “
Pasme, nada de
“esvaziamento mental” ou posições estáticas. O que precisamos é uma parada na
rotina, um momento de contemplação sobre os problemas e questões da vida, mas de
maneira absolutamente consciente. Em outro texto, o método confucionista de
reflexão é exposto da seguinte maneira: “Quando sabemos o que procuramos,
sossegamos; sossegados, ficamos serenos, podemos ponderar; ponderando chegamos à
solução desejada. As coisas têm raízes e galhos. Os problemas tem
começo e fim. Saber o que vem primeiro e o que vem por último, esse é o
caminho.” No entanto, podemos passar dias perdidos entre esses problemas e as
especulações sobre o futuro. Então, Como “sossegar” para
refletir?
Novamente a
idéia de Confúcio parece quase um clichê ou de uma obviedade gritante: apenas
relaxe em meio ao movimento. “Pare” por algum tempo, mas somente para tomar
fôlego. O mundo material – ou, “a mutação”, como os chineses chamavam – está em
constante transformação, e o que podemos fazer é acompanhar seu movimento
dinâmico, tentando manter um equilíbrio ajustável entre os momentos da
existência.
Revista:
Filosofia - Ano VI Edição 72 pág.
54-55
Autor: André da
Silva Bueno
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