segunda-feira, 10 de setembro de 2012

A IMPORTÂNCIA DO SOSSEGO



Para filosofarmos precisamos ficar parados, meditando? Para Confúcio – e outros milhões de chineses – a resposta é “não”! Precisamos apenas de um pouco de sossego, para planejarmos o próximo passo.
Confúcio (-551 – 479) foi um crítico da meditação parada. Ele mesmo disse: “uma vez tentei meditar, passei um dia sem comer e uma noite sem dormir.  Foi inútil. Melhor estudar. “
Pasme, nada de “esvaziamento mental” ou posições estáticas. O que precisamos é uma parada na rotina, um momento de contemplação sobre os problemas e questões da vida, mas de maneira absolutamente consciente. Em outro texto, o método confucionista de reflexão é exposto da seguinte maneira: “Quando sabemos o que procuramos, sossegamos; sossegados, ficamos serenos, podemos ponderar; ponderando chegamos à solução desejada. As coisas têm raízes e galhos. Os problemas tem começo e fim. Saber o que vem primeiro e o que vem por último, esse é o caminho.” No entanto, podemos passar dias perdidos entre esses problemas e as especulações sobre o futuro. Então, Como “sossegar” para refletir?
Novamente a idéia de Confúcio parece quase um clichê ou de uma obviedade gritante: apenas relaxe em meio ao movimento. “Pare” por algum tempo, mas somente para tomar fôlego. O mundo material – ou, “a mutação”, como os chineses chamavam – está em constante transformação, e o que podemos fazer é acompanhar seu movimento dinâmico, tentando manter um equilíbrio ajustável entre os momentos da existência.

Revista: Filosofia - Ano VI Edição 72 pág. 54-55
Autor: André da Silva Bueno


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