Tempo este em que 800 milhões de pessoas passam fome
e há no Zaire lágrimas no rosto de um milhão de
refugiados.
Desesperada sem pátria e sem destino
a mão africana suplica por um prato de comida que não
chega.
Tempo este em que a bota neoliberal pisa no mundo
e há uma cerca invisível dividindo a terra.
Programada a morte bate à porta na América Latina.
Exclusão é a palavra!
Tempo este de
balas perdidas ferindo a inocência dos corpos no abraço
Eldorado dos Carajás, Vigário Geral, Anapu e Boa Vista
o sangue derramado dói na consciência e clama!
Tempo este em
que os olhos de um menino abandonado e preso
denunciam a
crueldade humana e incomodam.
Que perguntas ele faz com sua mirada?
Mas teimosa é a vida e Deus é a vida!
Frágil
Ele vem ao nosso encontro
e assume esta história feita de pranto e de sonho.
Com os olhos no horizonte
realistas, exigimos o impossível!
Na esperança caminhamos
Utopia
Isaías anunciou uma era de paz e de ternura
a vida explodindo pura no manancial da alegria.
Das lanças nasceriam enxadas
e arados das espadas.
Agora, porém,
é o momento de fabricar espadas
com as lâminas de arado que ainda restam
e desatar a vida
no útero do povo que renasce!
Autor: Paulo Gabriel
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