segunda-feira, 10 de setembro de 2012

QUEBRA DE PRIVACIDADE?



A possibilidade de se ler o cérebro de alguém para tentar descobrir o que ela quer comprar gerou protestos entre entidades de defesa do consumidor. A Comercial Alert, organização americana que combate os abusos da publicidade, pediu ao Congresso americano a proibição desse tipo de teste nos EUA, sob o argumento de que o rastreamento de cérebros pretende controlar a mente dos consumidores. Os “neuromarqueteiros” rebatam. “Não existe como induzir pessoas, como se fossem robôs, a comprar um produto que não queriam”, diz Silvia.
As empresas que coletam dados dia internet e celular também estão na mira de críticos. Em julho, foi aberta uma investigação sobre as 8 maiores companhias do ramo. Legisladores pedem, entre outras explicações, uma lista das fontes de onde são extraídos os dados, tipos de informação capturados e detalhes sobre os métodos de rastreamento.
Esse tipo de manifestação mostra que podemos caminhar para uma regulamentação mais firme sobre essas atividades. Mas enquanto tudo é permitido, programadores criam algoritmos para seguir nossos passos virtuais e pesquisadores se debruçam sobre nosso comportamento para saber como nos atingir com propagandas. O segredo está em fazer o cliente ver o benefício, como aproveitar os melhores preços e ter a compra de algo que estava procurando facilitada”, diz Balbinot, da Renner.
Cérebro escaneado, Facebook rastreado, e-mails e buscas na internet monitoradas. Suas listas de destinos, de leituras, de supermercado, tudo documentado. Parece ser o fim absoluto da privacidade. Quem vai acreditar se expor tanto? Talvez todo mundo, se a oferta valer a pena.

Revista: Galileu  nº 2541  pág. 65

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