Eu
quis um dia, acredito,
Em
minha tela retratar
Um
rosto bem divertido
De
um palhaço singular.
Comecei a
trabalhar,
E
seus traços engraçados
Fui
compondo sem saber,
Sem
parar de pintar.
Em
cada traço a fazer,
Em
cada inspiração,
Sentia real
prazer.
Fiz
a sua sobrancelha,
Toda ela
inclinada.
Na
testa fiz uma ruga,
Forte e
acentuada.
Seus olhos
anuviados
Não
brilhariam jamais!
E
dois sulcos cravados,
Nos
contornos labiais.
Cinza foi a cor
Amarga de sua
pele.
E
uma lágrima na face
Brilhava... Era
de dor.
Quando dei pela
mudança
Do
palhaço singular,
Era
tanta semelhança,
Parei para
pensar...
Oh!
Nele sou eu!
Então
exclamei.
Na
tristeza estampada
Do
rosto que pintei.
E o
pobre palhaço triste
Não
fez ninguém sorrir.
Limpei minha
lágrima,
Que
para ele transferi.
Autora: Célia Maria Jacarandá
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