Os ataques mais
agudos contra Canudos começaram graças a um boato. Saiu a conversa de que Antônio Conselheiro tinha encomendado
madeira na cidade de Juazeiro. Recebemos a notícia de que o carregamento não
seria entregue, ele teria prometido pegar as madeiras à força. Esse boato fez
com que as autoridades de Juazeiro pedissem ajuda ao governo da Bahia. Assim, em
novembro de 1896 é enviada a primeira expedição a Belo monte. A força contava
com 100 homens e a batalha ocorreu em Uauá. A expedição foi derrotada. Essa
vitória dos sertanejos causou frio na espinha das autoridades, que não tardaram a preparar outra investida.
Em janeiro de 1897,
a segunda expedição, chefiada pelo major Febrônio de
Brito, chegou à região de Canudos. Com 557 soldados e oficiais, metralhadoras e
dois canhões, o grupo foi solenemente destroçado e os sobreviventes colocaram-se
em fuga.
Para o governo brasileiro isso foi uma vergonha. Era necessário
dizimar esses sem-terra indesejáveis e outra expedição foi organizada. Para
comandar chamaram um herói de guerra, afamado, cheio de honras, o coronel
Antônio Moreira César. Com 1300 soldados, bateria de artilharia, esquadrão de cavalaria,
canhões e munição para 16 milhões de tiros. Agora sim, o arraial de Canudos
seria pulverizado. Mais uma vez a poderosa força foi aniquilada. Moreira César
foi morto e o pânico se instalou no país. Estávamos em março de 1897. Um bando de analfabetos e miseráveis haviam desmoralizado o
exército, o governo e os latifundiários brasileiros. De onde vinha essa força?
Como conseguiam destruir milícias muito mais poderosas? Que homens e mulheres
eram esses? Canudos não podia ficar impune para que seu exemplo não contagiasse
outras parte do país.
Revista:
Sociologia Editora Escala nº 42 – pág. 72
Antonio Conselheiro
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