quarta-feira, 19 de setembro de 2012

UMA ÉTICA DESCONCERTANTE




Há enorme dificuldade com que as pessoas se deparam para continuar a agir de acordo com o modelo de bom comportamento antes assim considerado. E os que mais enfrentam essa dificuldade, como é lógico, são os pais ao educarem seus filhos, os educadores, ao ensinar como se devem portar as crianças e os jovens, e os sacerdotes, quando pretendem doutrinar os fiéis acerca do que se deve fazer ou do que se deve evitar. E o fato é que aumenta a cada dia o número de pessoas que se sentem desoladas porque se perdeu o senso de respeito que antes havia, as boas maneiras que nos foram ensinadas por nossos antepassados e os costumes saudáveis que antigamente regiam a boa conduta das pessoas mantenedoras da ordem.
Sendo esse o estado das coisas, a pergunta que muitos se fazer é esta: Onde vai parar tudo isso? Não estamos precipitando por uma ladeira que nos leva diretamente ao despenhadeiro, ao desastre, à desintegração da sociedade em que vivemos?
A ética de Jesus foi uma ética de mudança. Com efeito, Jesus mudou muitas coisas. Todavia, de tudo o que Jesus modificou o que mais chama a atenção, sem dúvida, é a mudança que introduziu nos valores que devem reger a vida das pessoas e na conduta que tem de adotar aqueles que pretendem assumir a forma de vida traçada pelo Evangelho.
As mudanças introduzidas por Jesus, mediante sua forma de entender a ética, foram tão profundas que surpreenderam, desconcertaram e até escandalizaram muita gente. Nesse sentido, o que mais chama a atenção é o fato de que Jesus desconcertou e escandalizou principalmente as pessoas mais religiosas de seu tempo. Os pecadores, os publicanos, as prostitutas, as mulheres de má fama, os excluídos da sociedade, toda essa espécie de “chusma” (como dizem os “observantes”) estava encantada com Jesus e o seguia entusiasmada. Isso quer dizer que aquelas pessoas infelizes se sentiam bem com Jesus, sem dúvida, porque ele as compreendia, as acolhia nunca lhes jogava nada na cara, tratava-as com respeito e, por certo, aquelas pessoas que, para os “respeitáveis”, eram uns desventurados, sempre encontravam carinho em Jesus.


Livro: A ética de Cristo   pág. 16-17
Autor: José M. Castillo

Nenhum comentário:

Postar um comentário