Há
enorme dificuldade com que as pessoas se deparam para continuar a agir de acordo
com o modelo de bom comportamento antes assim considerado. E os que mais enfrentam essa dificuldade, como é lógico, são os
pais ao educarem seus filhos, os educadores, ao ensinar como se devem portar as
crianças e os jovens, e os sacerdotes, quando pretendem doutrinar os fiéis
acerca do que se deve fazer ou do que se deve evitar. E o fato é que aumenta a
cada dia o número de pessoas que se sentem desoladas porque se perdeu o senso de
respeito que antes havia, as boas maneiras que nos
foram ensinadas por nossos antepassados e os costumes saudáveis que antigamente
regiam a boa conduta das pessoas mantenedoras da ordem.
Sendo
esse o estado das coisas, a pergunta que muitos se fazer é esta: Onde vai parar
tudo isso? Não estamos precipitando por uma ladeira que nos leva diretamente ao
despenhadeiro, ao desastre, à desintegração da sociedade em que
vivemos?
A
ética de Jesus foi uma ética de mudança. Com efeito, Jesus mudou muitas coisas.
Todavia, de tudo o que Jesus modificou o que mais chama a atenção, sem dúvida, é
a mudança que introduziu nos valores que devem reger a vida das pessoas e na
conduta que tem de adotar aqueles que pretendem assumir a forma de vida traçada
pelo Evangelho.
As
mudanças introduzidas por Jesus, mediante sua forma de entender a ética, foram
tão profundas que surpreenderam, desconcertaram e até escandalizaram muita
gente. Nesse sentido, o que mais chama a atenção é o fato de que Jesus
desconcertou e escandalizou principalmente as pessoas mais religiosas de seu
tempo. Os pecadores, os publicanos, as prostitutas, as mulheres de má fama, os
excluídos da sociedade, toda essa espécie de “chusma” (como dizem os
“observantes”) estava encantada com Jesus e o seguia entusiasmada. Isso quer
dizer que aquelas pessoas infelizes se sentiam bem com Jesus, sem dúvida, porque
ele as compreendia, as acolhia nunca lhes jogava nada na cara, tratava-as com
respeito e, por certo, aquelas pessoas que, para os “respeitáveis”, eram uns
desventurados, sempre encontravam carinho em Jesus.
Livro: A ética de
Cristo pág.
16-17
Autor: José M. Castillo
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