(Luise Michel)
Quando cantarmos o tempo das cerejas,
será também a festa dos pássaros
As belas ficarão loucas de amor
e os apaixonados com os corações em brasa.
Quando cantarmos o tempo das cerejas,
O trinado dos pássaros será mais alegre
Mas é bem curto o tempo das cerejas,
onde nós dois sonhando iremos colhê-las
Das cerejas faremos brincos
Cerejas de amor caindo na terra
qual gotas de sangue
Mas é bem curto o tempo das cerejas,
Como pingentes de coral que colhemos nos sonhos
Quando cantarem o tempo das cerejas,
se tiverem medo das dores de amor, evitem a beleza
Eu que não temo as penas cruéis,
não viverei sem sofrer um dia.
Quando estiverem no tempo das cerejas
também vão sofrer as dores de amor.
Amarei para sempre o tempo das cerejas,
é desse tempo que guardo uma ferida aberta no coração.
Ganhei de presente a Dama da sorte,
que jamais poderá acalmar minha dor.
Amarei para sempre o tempo das cerejas,
e a lembrança que guardo no coração.
será também a festa dos pássaros
As belas ficarão loucas de amor
e os apaixonados com os corações em brasa.
Quando cantarmos o tempo das cerejas,
O trinado dos pássaros será mais alegre
Mas é bem curto o tempo das cerejas,
onde nós dois sonhando iremos colhê-las
Das cerejas faremos brincos
Cerejas de amor caindo na terra
qual gotas de sangue
Mas é bem curto o tempo das cerejas,
Como pingentes de coral que colhemos nos sonhos
Quando cantarem o tempo das cerejas,
se tiverem medo das dores de amor, evitem a beleza
Eu que não temo as penas cruéis,
não viverei sem sofrer um dia.
Quando estiverem no tempo das cerejas
também vão sofrer as dores de amor.
Amarei para sempre o tempo das cerejas,
é desse tempo que guardo uma ferida aberta no coração.
Ganhei de presente a Dama da sorte,
que jamais poderá acalmar minha dor.
Amarei para sempre o tempo das cerejas,
e a lembrança que guardo no coração.
Poema de João Batista Clément
Dedicado á revolucionária Luise Michel.
Á revolucionária Luise Michel.
Deportada para a Nova Caledônia durante seis anos por sua atuação na Comuna, essa incansável militante passou para a posteridade somente depois de sua morte, em 1905.
Nascida em 1830, filha de um nobre e sua criada, que a educaram no culto da filosofia parisiense. Mudou-se para Paris onde foi lecionar. Ela se revelou na Comuna de Paris: foi enfermeira, organizou uma cantina para crianças e participou dos combates. Foi presa e condenada a oito ano de prisão, sendo seis de deportação para a Nova Caledônia. Enclausurada na Ilha Ducos, dedicou-se aos seus companheiros de infortúnio, mas também aos canacas (povo autóctone da Nova Caledônia), organizando enfermarias e dando aulas de alfabetização. Quando voltou a Paris em 1880, pronta para a luta, sempre vestida de negro – simbolizando seu luto pela Comuna e pelo revolucionário Théophille Ferré, fuzilado em 1871, que ela amou -, retomou suas atividade de militante, escreveu, participou de manifestações, deu conferências, e passou a integrar dois antes de sua morte, a loja maçônica do Direito Humano, a primeira obediência mista do mundo. Derrubada por uma pneumonia, Ela morreu no dia 9 de janeiro de 1905, em Marselha. Seu corpo foi levado para Paris e enterrado em Levallois-Perret. Segundo relatos da época, 100 mil pessoas seguiram seu féretro através de Paris. Foi para Louise Michel que Jean-Baptiste Clément, também communard, dedicou a canção Le temps de cerises. Essa música nostálgica sobre os amores perdidos havia sido composta alguns anos antes, mas ganhou um valor simbólico quando o autor, em 1885, acrescentou a seguinte dedicatória: “Á corajosa cidadã Louise, enfermeira da rua Fontaine-au-Roi, no domingo 28 de maio de 1871” . A canção tornou-se um hino revolucionário.
Autor: Denis Lefebre
Revista: História Viva pg. 72