domingo, 5 de agosto de 2012

VIVE-SE APENAS UMA VEZ


VIVE-SE APENAS UMA VEZ

As estações que vemos se suceder na natureza são uma espécie de lição que nós podemos assimilar para adquirir consciência de nossa própria vida e finitude. O ciclo de nascimento, crescimento, amadurecimento, envelhecimento e morte se repete nos seres humanos, nas plantas e nos animais.
Quando os filósofos gregos falavam que a arte era uma imitação da natureza entendiam que o artista a imita em suas obras. Com essa compreensão, a natureza também nos ensina como envelhecer bem, pois cada fase tem seu próprio significado. A primavera equivale ao desabrochar da vida, à jovialidade e à vivacidade; o verão é símbolo da plenitude, enquanto que o outono é o da diversidade de cores e da colheita; o inverno, por fim, simboliza a quietude e o descanso, a fim de que nova vida possa surgir.
Assim como cada estação do ano é plena de significado, cada fase de nossa vida tem importância ímpar. Agradecidos, devemos sempre contemplar a beleza existente em cada dessas estações.
Mas o envelhecimento não se restringe somente à idade avançada. Segundo Santo Agostinho, desde o nascimento começamos a envelhecer. Assim, os dias que nos cabem vão diminuindo, num processo que dura toda a vida. Mas isso não significa somente subtração, mas também amadurecimento. E aqui, mais uma vez, a natureza nos dá exemplo: somos convidados a viver intensamente cada fase de nossa vida.
Envelhecer é inevitável, mas isso não significa que não possamos fazê-lo com alegria, dignidade e prazer.
“Saber envelhecer.
Esta é a obra-prima da sabedoria
e um dos capítulos mais difíceis da arte de viver”.
(Fréderic Amiel)

Quem aprende a arte de envelhecer torna-a conhecida também aos demais. Não apenas envelhece bem para si mesmo, mas também anuncia aos outros, com sua vida, uma boa-nova, a boa notícia da sabedoria da vida, da arte de viver cada fase com a qualidade que lhe é própria, chegando ao envelhecimento com plenitude e felicidade.
Vive-se apenas uma vez; ou seja: a vida de cada pessoa é única; todo ser humano é singular. Por isso não podemos perder tal oportunidade; não devemos simplesmente vegetar, mas, com olhos abertos, “percorrer o mundo”, imprimindo conscientemente nele a marca de nossa vida.

Autor: Anselm Grün
Livro: Vive-se apenas uma vez


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