VIVE-SE APENAS
UMA VEZ
As
estações que vemos se suceder na natureza são uma
espécie de lição que nós podemos assimilar para adquirir consciência de nossa
própria vida e finitude. O ciclo de nascimento, crescimento,
amadurecimento, envelhecimento e morte se repete nos seres humanos, nas
plantas e nos animais.
Quando
os filósofos gregos falavam que a arte era uma imitação da natureza entendiam
que o artista a imita em suas obras. Com essa compreensão, a natureza também nos
ensina como envelhecer bem, pois cada fase tem seu próprio significado. A
primavera equivale ao desabrochar da vida, à jovialidade e à vivacidade; o verão
é símbolo da plenitude, enquanto que o outono é o da diversidade de cores e da
colheita; o inverno, por fim, simboliza a quietude e o descanso, a fim de que
nova vida possa surgir.
Assim
como cada estação do ano é plena de significado, cada fase de nossa vida tem
importância ímpar. Agradecidos, devemos sempre contemplar a beleza existente em
cada dessas estações.
Mas
o envelhecimento não se restringe somente à idade avançada. Segundo Santo
Agostinho, desde o nascimento começamos a envelhecer.
Assim, os dias que nos cabem vão diminuindo, num processo que dura toda a vida.
Mas isso não significa somente subtração, mas também amadurecimento. E aqui,
mais uma vez, a natureza nos dá exemplo: somos convidados a viver intensamente
cada fase de nossa vida.
Envelhecer
é inevitável, mas isso não significa que não possamos fazê-lo com alegria,
dignidade e prazer.
“Saber
envelhecer.
Esta
é a obra-prima da sabedoria
e
um dos capítulos mais difíceis da arte de viver”.
(Fréderic Amiel)
Quem
aprende a arte de envelhecer torna-a conhecida também aos demais. Não apenas
envelhece bem para si mesmo, mas também anuncia aos outros, com sua vida, uma
boa-nova, a boa notícia da sabedoria da vida, da arte de viver cada fase com a
qualidade que lhe é própria, chegando ao envelhecimento com plenitude e
felicidade.
Vive-se
apenas uma vez; ou seja: a vida de cada pessoa é única; todo ser humano é
singular. Por isso não podemos perder tal oportunidade; não devemos simplesmente
vegetar, mas, com olhos abertos, “percorrer o mundo”, imprimindo conscientemente
nele a marca de nossa vida.
Autor:
Anselm Grün
Livro:
Vive-se apenas uma vez
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