terça-feira, 28 de agosto de 2012

CONFISSÃO



Pequei, Padre!Pecasre?Então confessa
Esse pecado que a alma te tortura.
Foste injusta ou cruel? A uma promessa
Faltaste um dia... conta ao velho cura.

- Não, confessor. A ofensa, a desventura
Que a alma me trazem de aflição opressa,
São bem mais graves.Foste então perjura?
Não, Padre.Fala ao confessor depressa.

Por que tens a vida torturada?
- amei, Padre, demais, juro, no entanto,
Fí-lo sofrer e nunca disse nada.

Vai, filha, vai com Deus que eu te bendigo,
E àquele a quem tu queres tanto e tanto
Confessa todo o amor que tens contigo.

Livro: Rimas antigas, Sonetos e Poemas –
 Editora Líder pág. 59
Autor: Nunes Bittencourt

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