O museu de Armas
Castelo São João foi criado pelo colecionador pernambucano Ricardo Brennand,
que por mais de 50 anos, entre os séculos XV e XIX, adquiriu, em suas viagens,
obras de arte provenientes de Europa, Ásia, América e África. Essas obras estão
reunidas em preciosas coleções de pintura brasileira e estrangeira, com
destaques para a maior coleção privada do pintor paisagista holandês Frans
Post. O rico, impressionante e extenso acervo de armas brancas e armas de fogo,
predominam nas galerias e salas, que incluem tapeçarias de parede e piso, arte
decorativas (esculturas, quadros, enfeites, armaduras, brasões de família,
mobiliário). Todo esse acervo é valorizado pelo espaço em que está exposto, um
castelo construído às margens de um lago.
Freud, em carta
a Albert Einstein, cita o fascínio do homem pelas armas na reflexão “Por que a
guerra?” Ele descreve que inicialmente, na pequena horda humana, a força
muscular era a que decidia a quem deveria pertencer alguma coisa, ou a vontade
que se deveria levar a cabo. Mas, reforçada e substituída pelo uso de
instrumentos – projeções e extensões dos falos – vence quem possui as melhores
armas ou as emprega com maior habilidade. Com a introdução das armas, a
superioridade intelectual começa a ocupar o lugar da força muscular bruta, mas
o objetivo final da luta continua a ser
suas pretensões ou a sua posição.
Revista:
Psique Ano VI-Edição 80 pág. 62
Museu
de Armas Castelo São João
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