quarta-feira, 29 de agosto de 2012

MENINA DA AVENIDA



Enfeitando a avenida você passa,
Elegante, risonha, de “lorgnon”,
Enchendo a rua de beleza e graça,
Trescalando um perfume caro e bom.

Sorridente, diáfama, “mignon”,
De coração anda você à caça,
Tendo na boca um gosto de bombom,
No olhar o visgo de quem prende e enlaça.

Vendo-a sorrir e olhar, dizem os “prosas”,
Esses que falam mal da nossa vida,
Que, num desfile de ilusões maldosas,

Quando você caminha e o mundo vê,
Não é você que vai pela avenida,
É a avenida que passa por você.

Livro: Rimas antigas, Sonetos e Poemas – 
Editora Líder pág. 43
Autor: Nunes Bittencourt

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