sábado, 25 de agosto de 2012

QUEM SABE ELA VEM?...


Quem sabe se ela vem? Quem sabe se, chorando,
Um dia à minha porta baterá, saudosa...
Quantas vezes eu fico a longa estrada olhando,
A alma dentro de mim desperta, esperançosa!

E nessa longa espera, infinda e caprichosa,
As tardes vão morrendo, os dias vão passando:
Debalde sobre a estrada imensa e sinuosa
O meu olhar debruço, o seu perfil buscando.

Mas mesmo assim sem vê-la às vezes fico à espera,
E ficar a olhar a estrada muito tempo assim,
No Outono, no Verão, Inverno e Primavera.

E apesar de saber que não virá ninguém,
fito a estrada por onde ela fugiu de mim,
e fico a murmurar: quem sabe se ela vem!...

Livro: Rimas antigas, Sonetos e Poemas – Editora Líder pág. 45
Autor: Nunes Bittencourt



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