"Hoje gastei um tempão brincando de pensar como seria se os candidatos a todos os cargos políticos fossem apenas cidadãos bem intencionados e idealistas, realmente dispostos a contribuir com suas comunidades sem remuneração alguma.
E nem pensava de maneira tão absurda, pois que há muitos voluntários assim, cuidando de creches, distribuindo sopas, recuperando drogados, e por aí vai. Dedicam parte do seu tempo doando, não raro, ainda pedindo donativos para suas nobres causas.
Enquanto brincava disso foi inevitável questionar: - quantos estariam dispostos a fazerem campanhas suntuosas e uma vez eleitos, irem às tais reuniões noturnas depois de um dia exaustivo de trabalho por puro idealismo?
Fui além. Não era de se esperar que fosse exigida uma certa formação acadêmica apropriada ao cargo, já que os salários são cada vez mais polpudos? E mediante este fato, a dedicação ao cargo não deveria ser exclusiva?
Algo a ver com minha formação. Meus pais profetizavam, dia e noite - se quiser ter uma vida mais confortável e decente é preciso preparo. Anos de graduação e pós-graduação em boas universidades. Segundo eles, pré-requisitos para exercer atividades bem renumeradas com absoluto profissionalismo.
Coisa de outra época; uma época de tamanha reverência à moral e à ética, onde nem era permitido brincar de brincar. Ou brincávamos nos momentos lúdicos, ou éramos ensinados a pensar e agir sério diante das responsabilidades.
As épocas são caracterizadas por certo modismos, é verdade, mas figurinos de respeito e decência me parecem atemporais, principalmente se o dinheiro vem de contribuintes."
Neusa Marques Palis da ALAMI
Nenhum comentário:
Postar um comentário