segunda-feira, 27 de agosto de 2012

O DIA MUNDIAL DO MEIO AMBIENTE E A ECOLOGIA


O dia mundial do meio ambiente e a ecologia (5 de junho), socializa a preocupação de cientistas e ambientalistas e coloca-a nas agendas dos governos e dos organismos internacionais que se preocupam com o futuro da nossa casa comum, o planeta terra. A emergência desta nova consciência mundial, a respeito da responsabilidade ecológica, faz crescer o número de pessoas que assumem como sua esta responsabilidade de num a perspectiva espiritual (“ecologia profunda”), adotando uma ética de cuidado reverente, não de mera preservação dos recursos em benefício próprio.
Nas proximidades desta data, as igrejas cristãs celebram, na festa de Pentecostes, o dom do Espírito Santo à humanidade, como plenitude das alianças de Deus com o seu povo, sendo a primeira delas, a aliança com toda a criação, no relato do dilúvio.
Umas das leituras que ouvimos nesta festa de Pentecostes (na vigília) é Romanos 8,22-27 no contexto da nova Aliança: “Sabemos que toda a criação, a um só tempo, geme e suporta angústias do parto até agora. E não somente ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, igualmente gememos em nosso íntimo, aguardando a adoção de filhos, a redenção do nosso corpo. (...) E o Espírito vem em socorro de nossa fraqueza...”´
É um gemido de parto, que coincide com a redenção do corpo, evocando o íntimo parentesco entre o corpo que somos e o cosmos, evocando a consciência de que somos terra, em nada diferentes no processo evolucional dos outros animais, gemendo o mesmo gemido. Ao mesmo tempo possuímos o sopro, somos sorridos pelo Espírito que não nos deixa esquecer que somos luz, nós com todo o universo, repletos do Espírito que “tudo enlaça em seu amor”.
Nisto consiste a esperança: em nossa condição mortal, carregando toda a fragilidade da nossa condição, mas habitados/as e circuncidados/as pela claridade da mais pura luz que está na origem de toda a criação, podemos viver como filhos e filhas da luz. A imagem da ventania (sopro) e das chamas de Pentecostes vem relembrar nossa condição de criaturas iluminadas pelo Espírito, capazes de escutar a palavra que vem da diferença, capazes de cuidar das pessoas e de todas as outras criaturas que nos circundam.

Revista: Liturgia Ano 37 nº 219  pág. 3


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