quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O ITABIRA - TEXTO DE PAULO MOTTA


No meio de outros montes uma pedra.
Esguia e altaneira deslumbra a cidade
espreguiçada ao longo do rio Itapemirim
e subindo como caprinos pelos velhos morros.
Cachoeiro onde um vetusto cajueiro existia,
e os italianos que iam ao porto da frondosa árvore
transformaram com sua má pronúncia o local
que veio dar o nome inusitado cachoeiro à cidade.
Melhor seria que Itabira se chamasse a terra
onde a maravilhosa pedra é a visão imperdível.
Pudessem os habitantes, quereriam transportá-la
como obelisco na melhor praça da cidade...
Mas onde está e onde a natureza o colocou,
ali deve ser admirada e visitada em sua beleza.
Seu nome indígena traduz: pedra inclinada.
Com seus setecentos e quinze metros de altura parece
dizer que se ergue como indicador das riquezas
graníticas do local que ela revela e guarda, além
da mata Atlântica e das abundantes águas cristalinas
que descem até a cidade criando piscinas naturais,
Quase sempre entre nuvens, o Itabira parece misterioso.
Os caminhos que a ele conduzem são pedregosos
mas as flores são as do campo cortadas por Jesus
como elas se vestem com maior elegância que Salomão...
Não as colhas quando as admiras;
 elas fazem parte do acervo patrimonial de todos,
 beija-as se quiseres,
elas incentivam seu caminhar na busca de alturas
aqui e na tua vida. Elas são companheiras
do espetáculo que este local representa todos os dias
para uma população que vê no Itabira o dedo de Deus
abençoando e protegendo seus lares e seus filhos.



Nenhum comentário:

Postar um comentário