sexta-feira, 24 de agosto de 2012

FAMILIARIDADE COM A BÍBLIA


Verbum Domini (Palavra de Deus) é o documento do Sínodo da Palavra realizado em Roma, 5 a 26 outubro de 2008. Recebemos este documento Verbum Domini 
em novembro de 2010.
 É um inestimável presente de Natal oferecido por Bento XVI.
O papa nos convida a nos debruçar sobre a Palavra, fazer uma redescoberta da Bíblia e ter familiaridade com a Palavra para que ela seja o coração de toda a atividade eclesial. Somos convidados a ser amigos da Palavra e a amar cada vez mais as Sagradas Escrituras. 
Que cada fiel possa dizer: “sou amigo da Palavra"!
A fé da Igreja se renova na Palavra de Deus; daí o deixar-se plasmar pelas Escrituras, que são o coração da vida cristã. A Igreja funda-se, nasce e vive da Palavra, e as comunidades crescem graças à escuta, à celebração e ao estudo da Palavra. É precioso reconhecer que nas últimas décadas aumentou na Igreja a sensibilidade pela Palavra de Deus. Como São Paulo, devemos dizer: “Faço tudo por causa do Evangelho” (1Cor 9,23). O papa deseja que nossa relação com as sagradas Escrituras melhore por meio da leitura orante, da liturgia da catequese, da investigação científica. É assim que adquirimos mais familiaridade com a Palavra de Deus.
Deus nos fala e responde através da Palavra. Estabelece profundo diálogo conosco, deixa-se conhecer e fala a nós como um amigo. O terreno da Palavra são nossos ouvidos e nosso coração. Assim, a Escritura Sagrada deve ser proclamda, escutada, lida, acolhida e vivida profundamente.
]Bento XVI faz clara distinção entre Palavra de Deus e Bíblia. A palavra de Deus é mais ampla; ela vem antes do Livro e vai além do Livro. Há uma “sinfonia” da Palavra. Ela fala através da criação porque Deus tudo criou pela Palavra. Ela fala através dos Profetas. A definitiva revelação da Palavra de Deus é Jesus: “P verbo se fez carne”. Os Apóstolos e as comunidade ensinavam a Palavra, antes de ela ser escrita. Só mais tarde veio o Livro,
 ou seja, a Bíblia, principalmente o novo Testamento.
Veneremos intensamente as Sagradas Escrituras, mas o cristianismo não é a religião do Livro, é religião da Palavra. A Igreja deve ser a mestra da escuta para ser discípula. A Palavra é maior que a Igreja, embora a Sagrada Escritura seja um Livro da Igreja, que deve ser interpretado na fé da Igreja. Por isso, a igreja é “casa da Palavra”.
A Palavra de Deus tem o poder de nos reencantar, fascinar, recuperar. Todo o nosso entusiasmo pela Palavra de Deus tem um objetivo: estabelecer um encontro pessoal vivo, definitivo, persuasivo com Jesus Cristo, Palavra do Pai.


Mensageiro do Coração de Jesus – vol. 118 nº 1.303 
Setembro de 2012 -pág. 14-15.
Autor: Dom Orlando Brandes / arcebispo de Londrina - PR

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