Trama de
mágoa e riso e síntese dorida
De algo
que não se sabe certo de onde vem,
É a
vida, afinal. E o afinal é a vida
Que
entre o túmulo e o berço apenas se detém?
Quem
sabe o que tu és? Mortal algum, ninguém
Além dos
teus umbrais sondou-te, incompreendida.
Vens da
sombra ou da luz? /dos paramos do além?
De onde,
afinal, tu vens, fatal desconhecida?
Em vão
me prendo à teia, à sedução profunda
De saber
de onde vens, também por que te vais.
No
mistério imortal que em tudo te circunda,
Quando
sobre ti mesma às vezes me debruço,
Sinto
que apenas és a Vida, e nada
mais,
Que
nasce num vagido e morre num soluço.
Livro:
Rimas antigas, Sonetos e Poemas –
Editora Líder pág.
23
Autor:
Nunes Bittencourt
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