Na
abordagem sociológica de Pierre Bourdieu (1930-2002), toda prática humana está
inserida numa ordem social que reproduz as fronteiras entre diferentes camadas
sociais. Deste modo, uma sociedade
perpassada por fortes contradições sociais via sistema capitalista, a escola
revela-se como um elemento fundamental para instrumentalizar e legitimar as
desigualdades sociais. Recentemente foi divulgada a pesquisa Retrato da leitura
no Brasil, pelo instituto Pró-Livro em parceria com o IBOPE inteligência.
Naquela oportunidade foram levantados os dados nacionais sobre o número de
brasileiros considerados leitores, ou seja, aqueles que tinham por hábito ler
pelo menos uma obra nos últimos três meses. Segundo o Instituto Pró-Livro, caiu
de 95,6 milhões (55% da população estimada) em 2007, para 88,2 milhões (50% da
população), em 2011 o número de leitores assíduos no Brasil. A redução pelo
interesse na leitura até as crianças e adolescentes em idade escolar, que leem
por obrigação acadêmica. O registro destes dados sobre a redução no interesse
pela leitura nasce de uma série de fatores, como a ausência de influência dos
meios familiares pelo hábito de leitura, pela carência de bibliotecas públicas
estruturadas, a inserção de meios eletrônicos, etc. Evidentemente que, além das
distâncias sociais (culturais) reproduzidas pela escola, também estão em
questão os mecanismos de acesso às informações que não são democratizadas e nem
bem utilizadas.
Revista:
Sociologia Ano IV nº 40 pág. 58
Autor: Marcelo Alves Pereira
Eufrásio
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