Manancial
do Deserto
“O Senhor estará
sempre nos meus lábios.” (Sl 34,
1)
Ouvi uma grande
melodia.
Num galho seco, estava uma cotovia, cantando sob a chuva que
cai.
Ouvi-a cantar bem cedo
pela manhã. Ainda nem havia amanhecido totalmente! Não entendi como ela podia
cantar assim. Era um cântico cheio de gozo. Eu passara uma noite agitada,
povoada de sonhos inquietantes. Eram eventos do passado que desejava esquecer, e
temores do presente, que pedia a Deus não acorressem. Eles “passeavam” por minha
mente como pequenos demônios sorridentes. Então certamente não me sentia com a
menor disposição de cantar. O que será que dera naquela amiga
ali, para ela querer mostrar a toda a cidade o quanto estava alegre?
Achava-se pousada numa cerca junto ao córrego. E estava ensopada. Chovera
durante à noite e evidentemente a cotovia ficara
exposta à chuva. Senti pena dela. Que conforto poderia ter tido naquela noite
chuvosa? A verdade é que ela não estava preocupada com o conforto. Seu canto não
dependia disso ou daquilo. Vinha direto do coração. Aí então repreendi-me a mim mesmo. Que vergonha que uma cotovia
tivesse uma atitude mais digna do que um homem!
“Enquanto estivera
cantando, nada nos pode derrotar.”
Livro: Manancial do
Deserto Pág. 237
Autor: Lettie Cowman
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