O profeta é aquele que anuncia e denuncia. Anuncia
aquilo para que o ser humano foi essencialmente criado, e denuncia os esquemas
que atentam contra o seu destino. É isso que Leonardo Boff faz em Tempo de
Transcendência, levando-nos a descobrir dimensões capazes de promover nossa
realização e assim conquistar a paz e a felicidade que buscamos.
Somos seres
de enraizamento e de abertura. A raiz que nos limita é nossa dimensão de
imanência. A abertura que nos faz romper barreiras e ultrapassar todos os
limites, impulsionando a busca permanente por novos mundos, é nossa
transcendência.
Leonardo Boff
define e ilustra a transcendência. Descreve os lugares privilegiados onde ela
se dá, desvendando-a nos grandes e pequenos acontecimentos, dando-nos olhos
para enriquecer gestos e momentos do cotidiano.
A partir daí
denuncia as falsas transcendências com que a cultura atual investe para
responder a essa busca fundamental do ser humano, empobrecendo-o e frustrando
sua procura. Denuncia mesmo as religiões quando se apresentam como as únicas
intermediárias para alcançar o transcendente e procuram enquadrarnos com suas
normas e verdades absolutas.
Quem preenche
o vazio profundo que existe no ser humano? Boff enumera três respostas a esta
questão e identifica-se com aquela que dá nome a esse objeto do nosso desejo,
chamando-o de Deus, Olorum, Tão, Javé. Mil nomes para realidade que brilha, que
ilumina e que é a dimensão mais profunda de nós mesmos.
Uma reflexão
sobre masculino-feminino e sobre a ecologia completa a função profética do
texto. A humanidade e o mundo novo serão construídos quando o ser humano se
engajar num projeto político que gere alianças, supere divergências e respeite
a diversidade, criando uma esplêndida solidariedade cósmica.
Autor: Leonardo Boff
Livro: Tempo de Transcendência
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