NÃO VENDO PÃO, VENDO FERMENTO
Eles não encontram mais nela uma aliada. Ela não quer mais ser Igreja dominadora, mas diz com Cristo: “Daí a César o que é de César” (MT 22,21). Ele está disposta a renunciar a privilégios. Tivemos disto um exemplo claro e empolgante que foi a recusa do Senhor Cardeal de São Paulo e receber a medalha do mérito nacional. Não havia ali nenhuma atitude hostil às autoridades, pois, diz o Evangelho: “daí a César o que é de César”, mas havia uma preocupação de se identificar cada vez mais a Igreja, que não deve ter ares de dominadora.
Uma Igreja que incomoda o poder econômico, pois ela diz que quer ser pobre e quer colocar a serviço dos pobres os bens que possui! E isto é negar, não só na teoria, mas também na prática, o capitalismo. Não é juntar para juntar, mas o que foi juntado deve ser distribuído, deve circular, deve estar a serviço de todos.
Igreja que incomoda os próprios fiéis! Ela quer que nós sejamos luz, sal e fermento, mas para isto devemos, primeiro, ser iluminados, ser, por assim dizer, salgados, ser fermentados. Trata-se para os próprios cristãos de uma verdadeira germinação, de uma fermentação, o que não se faz sem muito sacrifício. É preciso que a massa se deixe impregnar por todo o trabalho de fermentação que de certo môo o leva à morte, condição indispensável para que se torne fonte de vida.
Livro: Dom José Maria Pires pg.63/64
Autor: Sampaio Geraldo Lopes Ribeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário