quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

MULHERES DA ÍNDIA
 
O caso estudante Jyoti Singh Pandey, 23 anos, que morreu num hospital em 29 de dezembro, 13 dias após ter sido estuprada por seis homens num ônibus em Nova Délhi, na Índia, levou milhares de indianos às ruas para manifestar-se contra a violência sexual, mas tudo indica que a luta promete ser demorada. Episódios do gênero, antes não investigados, estão chegando à polícia e recebendo destaque na imprensa. Dezenas de caso mostram que o desrespeito à mulher é arraigado no país. Em 11 de janeiro, por exemplo, a única passageira de um ônibus, de 29 anos, foi impedida de descer no seu destino, uma vila do Estado de Punjab, e levada para uma fazenda distante onde o motorista e cinco homens passaram a noite estuprando-a. o crime contra Jyoti está provocando mudanças numa sociedade que se supõe mais liberal do que os vizinhos islâmicos, mas cujas autoridades parecem insensíveis. A jornalista Seema Mustafá, do Centro de Análise Política em Nova Délhi, disse ao jornal The Guardian que antes a policia não se dedicava “seriamente” a casos de estupro, o que induzia os criminosos à sensação de impunidade. Para a advogada Menaka Guraswamy, abriu-se uma ampla discussão sobre o que significa ser uma mulher na índia, sobretudo em relação ao assédio sistemático nas ruas e locais públicos. “O estupro por gangues é o fim de um espectro de ofensas, não uma aberração”, ressalta.

A PÁTRIA DAS DOMÉSTICAS
 
Dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que o Brasil é o país com maior número de empregados domésticos do mundo. Dos 52,6 milhões de pessoas eu trabalham na atividade em 117 países, 7,2 milhões estão no Brasil – uma a cada oito. A índia vem em segundo lugar, com 4,2 milhões, seguida pela Indonésia, com 2,4 milhões. A China ficou de fora do estudo. Do total brasileiro trabalham em média 36 horas por semana, índice mais próximo do padrão europeu do que da Arábia Saudita, Catar e Malásia, onde a média supera 60 horas semanais. A situação das domésticas brasileiras está melhorando com a diminuição da pobreza. O salário médio passou de R$ 333, em 2003, para R$ 489, em 2011 – aumento de 47%, ante 20% na média das outras profissões. Atualmente, cerca de 30% das empregadas têm carteira assinada. Eram 18% em 1993.

Revista: PLANETA
Pg. 12/13

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