MULHERES DA ÍNDIA

O caso estudante Jyoti Singh Pandey, 23 anos, que morreu num hospital em 29 de dezembro, 13 dias após ter sido estuprada por seis homens num ônibus em Nova Délhi , na Índia, levou milhares de indianos às ruas para manifestar-se contra a violência sexual, mas tudo indica que a luta promete ser demorada. Episódios do gênero, antes não investigados, estão chegando à polícia e recebendo destaque na imprensa. Dezenas de caso mostram que o desrespeito à mulher é arraigado no país. Em 11 de janeiro, por exemplo, a única passageira de um ônibus, de 29 anos, foi impedida de descer no seu destino, uma vila do Estado de Punjab, e levada para uma fazenda distante onde o motorista e cinco homens passaram a noite estuprando-a. o crime contra Jyoti está provocando mudanças numa sociedade que se supõe mais liberal do que os vizinhos islâmicos, mas cujas autoridades parecem insensíveis. A jornalista Seema Mustafá, do Centro de Análise Política em Nova Délhi , disse ao jornal The Guardian que antes a policia não se dedicava “seriamente” a casos de estupro, o que induzia os criminosos à sensação de impunidade. Para a advogada Menaka Guraswamy, abriu-se uma ampla discussão sobre o que significa ser uma mulher na índia, sobretudo em relação ao assédio sistemático nas ruas e locais públicos. “O estupro por gangues é o fim de um espectro de ofensas, não uma aberração”, ressalta.
A PÁTRIA DAS DOMÉSTICAS

Dados da Organização Internacional do Trabalho mostram que o Brasil é o país com maior número de empregados domésticos do mundo. Dos 52,6 milhões de pessoas eu trabalham na atividade em 117 países, 7,2 milhões estão no Brasil – uma a cada oito. A índia vem em segundo lugar, com 4,2 milhões, seguida pela Indonésia, com 2,4 milhões. A China ficou de fora do estudo. Do total brasileiro trabalham em média 36 horas por semana, índice mais próximo do padrão europeu do que da Arábia Saudita, Catar e Malásia, onde a média supera 60 horas semanais. A situação das domésticas brasileiras está melhorando com a diminuição da pobreza. O salário médio passou de R$ 333, em 2003, para R$ 489, em 2011 – aumento de 47%, ante 20% na média das outras profissões. Atualmente, cerca de 30% das empregadas têm carteira assinada. Eram 18% em 1993.
Revista: PLANETA
Pg. 12/13
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