quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

A FESTA DE PENTECOSTES
 
Cada festa do Ano Litúrgico é tanto um evento a ser celebrado como uma graça a ser recebida. A graça do Natal é conhecer Cristo em sua humanidade. A graça da Epifania é conhecê-lo em sua divindade. A graça da Semana Santa é conhecê-lo em seu esvaziamento e em sua morte. A graça da Páscoa é conhecê-lo em seu triunfo sobre o pecado e a morte. A graça da Ascensão é conhecê-lo como o Cristo cósmico. É conhcer o Cristo glorificado, que passou não para um lugar geográfico, mas para o coração de toda a Criação.
O Cristo cósmico, revelado no Mistério da Ascensão, manifesta nosso verdadeiro eu e a natureza interna de toda a criação. O se manifesta é o Espírito vivo, vibrante, que nos preenche e a todas as coisas com luz, vida e amor ilimitados. O Espírito está sempre presente, mas sempre de uma nova maneira cada vez que passamos para um novo nível de consciência espiritual. O Espírito foi dado; mas está sempre esperando para ser recebido de modo que possa se dar de novo, e de forma mais completa. Qual é então a graça especial do Pentecostes?
No dia da Ressurreição, Jesus soprou seu Espírito sobre os discípulos, dizendo: “Recebei o Espírito Santo”. No dia da Ascensão, quarenta dias depois, ele “lhes recomendou que não deixassem Jerusalém, mas esperassem aí a promessa do Pai... é no Espírito Santo que sereis batizados daqui a poucos dias.”
O Espírito é a promessa fundamental do Pai. Uma promessa é um presente. Ninguém é obrigado a fazer uma promessa. Uma vez feita, no entanto, a pessoa está comprometida. Quando Deus se compromete, é com absoluta liberdade, absoluta fidelidade. O Espírito, como promessa, é um presente, não uma posse. Ele é uma promessa que foi comunicada; daí nunca será tomado de volta, pois Deus é infinitamente fiel e suas promessa. Note-se que a comunicação é na forma de um presente, não na de uma posse. Como o ar que respiramos: podemos ter tudo que queremos levar aos pulmões; mas ele não nos pertence. Se realmente tentarmos tomar posse guardá-lo numa gaveta nossos esforços serão em vão. O ar não é feito para ser possuído, tampouco o Espírito.

Livro: Mistério de Cristo pág. 132-133
Autor: Thomas Keating

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