terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

CORO NATALINO
 
De repente, em meio à escuridão, algumas vozes vindas das trincheiras alemãs a cantar “stille Nacht, Heilige Nacht”. Logo, outras dezenas ou centenas de vozes engrossaram o coro. Embora não entendessem as palavras, os britânicos reconheceram a melodia de Silent Night. Assim que a música acabou, os aliados romperam o silêncio: “muito bom, Fritz!” gritaram. Feliz Natal, ingleses, foi a resposta. Em seguida, em um inglês estropiado, uma proposta vinda do outro lado da trincheira deixa os aliados atônitos: “Nós não atiramos, vocês também não.
E o milagre se fez. Naquela noite, sem medo de serem mortos, pouco a pouco, alemães e aliados se levantaram de suas trincheiras e, desarmados, encaminharam-se para o meio da “terra de ninguém” e se cumprimentaram como se fossem amigos de longa data. Por algumas horas, esqueceram-se da vontade de aniquilar o inimigo sem dó nem piedade.
Esse foi um dos episódios mais surpreendentes ocorridos na 1ª Guerra. Mas não foi o único. Em vários trechos dos 50 quilômetros da Frente Ocidental, que se estendia do mar do Norte ao Alpes suíços cruzando a França, soldados cessaram fogo para confraternizar o Natal com o inimigo. Pelo menos é o que afirma o jornalista alemão Michael Jurg em seu livro Der Kleine Frieden im Grossen Krieg – Westfront 1914: Als Deutsche, franzosen und Briten Gemeinsam Weihnachten feierten (A pequena Paz na Grande Guerra – Frente Ocidental 1914: quando alemães, franceses e britânicos celebraram juntos o natal, inéditos no Brasil).

Revista: Leituras da História
Editora Escala nº 56 / pág. 20



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