sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

AMAROMAR
 
É bom pensarmos no recomeço da vida, mesmo que não estejamos lá.

Tempo apressado de homens agitados,
tempo eterno de um mar sem pressa.
Mar, símbolo de um outro,
Grande Mar, mistério da vida.

Cecília Meireles:

Muitas velas. Muitos remos.
Âncora é outro falar...
Tempo que navegaremos
não se pode calcular.
Vimos as Plêiades.
Vemos agora a Estrela Polar.
Muitas velas. Muitos remos.
Curta vida. Longo mar.

Gosto de olhar para a praia molhada, ou bem de manhã, quando o sol acabou de nascer, ou bem de tardinha. Tudo fica maravilhosamente luminoso, diáfano, e o ar se enche de uma transparência azul.
É gostoso andar, tranquilamente, sem querer nada. Lembro-me de Thoreau:
Quero viver como quem passeia junto ao mar,
Tão perto do abismo quanto possível.

Livro: Um céu numa flor silvestre
Autor: Rubem Alves
Pg.74/75

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