sexta-feira, 13 de julho de 2012

A Universidade para o pensamento autêntico


A universidade é um dos lugares onde a busca sistemática pelo conhecimento mais acontece. Da corrida pré-vestibular ao doutorado: tudo expressa essa busca, que não se encerra, contudo, nessa “fronteira”. É objetivo de todos os cursos de graduação, sem dúvida, formar da maneira mais adequada possível seus estudantes. Para tanto, cursos de ensino e de extensão são constantemente ofertados para complemento da grade curricular. A lógica saudável é que quanto mais conhecimento, mais autenticidade, autonomia. Avaliações, como o ENADE, são feitas para se verificar o desempenho estudantil e, assim, buscar aperfeiçoá-lo.
Diante disso, o ambiente universitário (e não apenas ele, obviamente) deve ser espaço cativo para que o pensamento autêntico, crítico, se efetive. O contrário, todavia, não pode acontecer, ou seja, da universidade não deve vir a  barbárie, a destruição da natureza e da comunidade humana. Pesquisas saudáveis, preocupadas com a vida e com os problemas da existência devem ser constantes em seu meio. Essa preocupação faz com que abordagens mesquinhas sejam rejeitadas, e pesquisas sérias incentivadas. As pessoas mais preocupadas com o egoísmo da política e da economia, porém, são as que mais vêem questões acerca da existência como “uma brincadeira de filosofia, uma pseudofilosofia” (NIRTZSCHE, 2003, p. 165). O progresso econômico, é válido lembrar, não garante por tabela o progresso educacional: um deve estar atrelado ao outro. Contra essas pessoas, por sua vez, é que Nietzsche cunhou suas críticas, e por causa dessas é que enxergava o ambiente universitário como perigoso e mesmo impossível para o pensamento autêntico se efetivar. No entanto, as críticas de Nietzsche são permeadas pelo seu meio, por mais que vários elementos também possam ser encontrados na realidade brasileira.
 A erudição não deve se converter, assim, em “razão instrumental”, termo desenvolvido por Max Hokheimer para se referir a uma razão manipuladora, egoísta. Antes, deve estar a favor da autonomia, da “libertação”: deve favorecer a Educação, a Saúde da comunidade humana. Se a Universidade não se posiciona contra o egoísmo, ela mesma pode se tornar uma servidora deste e, com essa submissão, é possível afirmar de forma derradeira junto a Arthur Schopenhauer: “Ai do tempo em que o atrevimento e o disparate repeliram a inteligência e o entendimento” (SCHOPENHAUER, 2001,p. 56).

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