Madrugada camponesa,
Faz escuro ainda no chão,
Mas é preciso plantar.
A noite já foi mais noite,
A manhã já vai chegar.
Não vale mais a canção
Feia de medo e arremedo
Para enganar solidão.
Agora vale a verdade
Cantada simples e sempre,
Agora vale a alegria
Que se constrói dia-a-dia
Feita de canto e de pão.
Breve há de ser (sinto no ar)
Tempo de trigo maduro.
Vai ser tempo de ceifar
Já se levantam prodígios,
Chuva azul no milharal,
estala em flor o feijão,
um leite novo minando
no meu longo seringal.
Autor: Thiago de Mello
Livro: Faz Escuro mas eu canto
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