segunda-feira, 16 de julho de 2012

Informações sobre Carmelitas


Por volta do século IX a.C., o monte Carmelo tornou-se um lugar de peregrinação e de meditação. Eremitas e monges migravam para o local no intuito de morar em suas cavernas e grutas, procurando uma vida de contemplação religiosa. A fama do monte Carmelo e das pessoas que lá viviam espalhou-se pela Europa de tal forma que o imperador romano Vespasiano (69-79 d.C)5 , se dirigiu ao local para obter dos eremitas que lá viviam a benção divina para empreender a Guerra da Judéia.
 Esse fato trazido por Costa (1976)6  não deve levar à errônea conclusão que o imperador romano Vespasiano era cristão. Em meados do século I, os evangelhos ainda estavam por ser escritos e o cristianismo ainda se encontrava em fase de expansão por meio da ação dos apóstolos. Os eremitas do monte Carmelo provavelmente eram seguidores do profeta Elias, porém a aura mística que o local havia adquirido deve ter atraído pessoas de outras religiões, como o então predominante politeísmo romano. Posteriormente, esses homens se converteriam à fé cristã.
 A tentativa de estabelecer a ordem carmelita como a mais antiga de todas está bastante clara no trecho citado acima. Não há indícios ou documentos que venham afirmar que os religiosos do monte Carmelo tivessem adotado a regra de São Basílio.
      NA EUROPA
Os muçulmanos avançaram e conquistaram a Terra Santa. Aumentou a perseguição. Os frades se reunidos e decideram: “Cristo perseguido foi para o Egito. Elias perseguido foi para fora da Terra Santa”. Diante disso, alguns deles obtiveram a licença de sair da Terra Santa e de voltar para a Europa. Era o ano de 1238. Os primeiros lugares onde se instalaram foram Chipre, Messina, Ayles­ford, Pisa, Provença. Mesmo tendo saído, continuaram ligados à casa-mãe do Monte Carmelo. Mas em 1291, o convento do Monte Carmelo foi invadido e destruído, e os frades foram massacrados.
A partir de 1238 o eixo se desloca da Palestina para a Europa. Esta mudança foi causa de crise de identidade. Foi ao mesmo tempo fator de amadurecimento para o grupo fundador da Ordem. Vários fatores contribuíram para que surgisse uma crise tão grave logo após a sua chegada na Europa:
1. Acostumados a viver na solidão, os primeiros Carmelitas não sabem bem onde fixar morada: na cidade, onde está o povo e onde vivem os “menores”; ou no campo, na solidão, onde estão os mosteiros. Por causa da pobreza e da mendicância, eles são obrigados a morar perto das cidades, onde o ambiente é totalmente diferente do Monte Carmelo.
2. Europa está cheia de frades mendicantes e de novas Ordens. Existe a proibição do Concílio Latera­nense IV de 1215 de não fundar novas Ordens com novas Regras. Por isso os carmelitas são recebidos com desconfiança. Vivem uma vida estranha na semi-solidão. Os bispos não os recebem de bom grado. O povo não os conhece. Usam um hábito estranho com listas pretas. O povo pergunta: “Quem são vocês?”
3. São eremitas obrigados a viver como mendicantes. Há o perigo de eles se perderem no meio da confusão, sem muito contato entre si e nem com o mosteiro do Monte Carmelo.
No século XVI Santa Teresa de Ávila lutou para recuperar o verdadeiro misticismo e simplicidade da ordem do Carmelo. Nisto foi ajudada pelo também místico São João da Cruz, vinte anos mais jovem que ela. Eles fizeram a reforma dos carmelitas descalços, que consistia em converter os carmelitas em ascetas, em mais espirituais, mais simples e em aceitar o contato físico com o mundo. Para os antigos carmelitas o contato com o mundo, era pecaminoso.

Vários carmelitas foram famosos pela santidade, entre os quais os veneráveis frei Luís do Rosário (1591-1619), frei Jeronymo Pessoa (†1629), frei João de São José, e o irmão leigo frei Gonçalo da Mãe de Deus (†1654), do qual se deu início ao processo para sua beatificação.
Dentre os bispos carmelitas do Brasil nesta época podemos lembrar: dom Frei Francisco de Lima (†1704), primeiro bispo do Maranhão; dom frei Bartolomeu do Pilar (1667-1733), primeiro bispo do Pará; dom frei Carlos de São José e Sousa, bispo de Maranhão (1777-1850).
O Carmelo brasileiro deu também à pátria personagens ilustres e valiosos como:
· Frei José de Santa Madalena, o introdutor da vacina contra a varíola no Brasil;
· Manuel Arruda Câmara (1752-1810), médico e botânico, fundador do Areópago de Itambé, que influenciou a Conspiração dos Suassunas (Pernambuco, 1801);
O escapulário de Nossa Senhora do Carmo (o popular bentinho)
Nos últimos tempos, virou praticamente "moda" usar o escapulário. Todavia, muita gente o usa como um amuleto protetor contra "coisas ruins". Até em feira eso
térica é possível comprá-lo e a um preço
muito bom. Mas, qual seu verdadeiro significado?
Em primeiro lugar, é preciso definir que o verdadeiro escapulário é feito com dois pedaços de pano marrom, unidos entre si por um cordão. Um dos pedaços traz a estampa de Nossa Senhora do Carmo e o outro, a imagem do Coração de Jesus ou o escudo da Ordem do Carmo. Para os religiosos carmelitas, o escapulário é símbolo de consagração na Ordem; para o povo, de devoção e afeto pela Virgem do Carmo; para a Igreja, conforme dizia Paulo VI, "entre as formas de devoção Mariana, está o uso piedoso do escapulário do Carmo, pela sua simplicidade e adaptação a qualquer mentalidade".
A origem do escapulário remonta ao ano de 1251, momento de grandes dificuldades e de crise para a Ordem do Carmo, em que se cogitava até sobre seu fim. Na intenção dessa, frei Simão Stok (hoje santo) rezou fervorosa e confiantemente, recomendando-a à Nossa Senhora. Segundo a tradição, a Virgem apareceu ao frei e, entregando-lhe o escapulário, disse: "Meu dileto filho, eis o escapulário que será distintivo da minha Ordem. Aceita-o como um penhor de benção que alcancei para ti e para todos os membros da Ordem do Carmo. Aquele que morrer piedosamente, usando este escapulário, participará da eterna salvação".

Em Goiás existe o Carmelo de monjas na cidade de Trindade e um colégio de freiras carmelitas na cidade de Anápolis.


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