Livro didático: empregos no Brasil ou no exterior?
“Eu lutei muito para que o Brasil voltasse a produzir o que ele era capaz. Nós não vamos transferir emprego para outros países do mundo. Os empregos gerados para o Brasil serão mantidos no Brasil”. Esse desabafo da presidenta Dilma Rousseff, durante a entrega do navio Celso Furtado no Estaleiro Mauá, no Rio de Janeiro, em novembro do ano passado, contradiz frontalmente a atual política do Ministério da Educação, quanto à impressão das obras incluídas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLB).
O governo que incentiva a produção no Brasil do casco, do navio e da plataforma estaria sendo coerente ao desestimular a indústria gráfica brasileira? Ou será que esse discurso só serve para determinados setores?
No Ministério da Educação, estamos conversando sobre um tema sensível: a impressão, em gráficas de outros países, de obras incluídas no Programa Nacional do Livro Didático (PNLB).
Além de enfrentar uma carga tributaria escorchante, o setor está sendo duramente penalizado por uma política de desnacionalização da impressão dos nossos livros didáticos. Apesar de o parque gráfico brasileiro ter totais condições de abastecer e suprir as demandas de todas as escolas brasileiras, o Ministério da Educação está preferindo adquirir e distribuir aos alunos livros didáticos importados, impressos em outros países, como se fôssemos uma nação subdesenvolvida. Como concorrer com as indústrias gráficas do Chile ou da China, por exemplo,que não sofrem o abusivo ônus tributário, que a gráfica nacional enfrenta?
Autor: Antônio Almeida
Jornal: FOLHA DA MANHÃ de 05.vii.2012
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