Abandonada, lúgubre e sombria
Onde nem entra a luz vaga e erradia
De uma alvorada de afeição amiga!
Ó! Casa velha que a pensar me obriga
Na primeira jornada do meu dia,
A tua alma que sinto erma e vazia
Neste presente, o meu passado abriga.
Pelos teus quartos, pelas salas pobres
Estendes a cortina envelhecida
Da lembrança com que a saudade cobres.
E, muda, triste, plena de ansiedade,
vazia como estás de toda vida,
enches-me a vida toda de saudade.
Livro:Rimas Antigas
Autor: Nunes Bettencourt
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