terça-feira, 23 de outubro de 2012

Emoções transparecem da mesma forma na música e na voz
 
Tente buscar na memória uma melodia que é capaz de mudar seu humor – é muito provável que a distância entre as notas seja a grande responsável pelas emoções despertadas, segundo estudo publicado na Plas One. O neurocientista Daniel Bowling, da Universidade Duke, analisou os intervalos, ou distâncias entre as notas, em melodias de música clássica ocidental e de ragas indianos e descobriu que, nos dois tipos de música, o tamanho do intervalo médio é menor em melodias associadas à tristeza e maior em melodias ligadas à alegria.
Bowling cita como exemplo dessa variação a Sonata ao luar, um clássico do compositor alemão Ludwig van Beethoven. A melodia da primeira parte da peça, que envolve um pequeno conjunto de notas, evoca melancolia para a grande maioria dos voluntários que a ouvem. Já a segunda parte, mais alegre, compreende intervalos maiores entre as notas. Segundo o neurocientista, a música imita os padrões naturais de nosso instrumento mais primitivo: a voz. Para testar essa teoria, ele gravou 40 pessoas falando – metade delas em inglês e o restante em tâmil, um dialeto indiano. Ele observou que as emoções eram relacionadas a padrões melódicos semelhantes: quanto mais monótona a execução da fala, mais triste ela era considerada.
“A associação de emoções a diferentes características tonais partiu de nossa percepção da fala”
Diz Bowling.

Revista: Mente Cérebro ano XIX N° 235

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