quarta-feira, 27 de junho de 2012

Romaria do Divino Pai Eterno

Há cerca de três mil anos começaram
As peregrinações dos judeus ao templo de Jerusalém
E continuam até hoje aos lugares sagrados.
Desde 1858 com o achado do medalhão da santíssima Trindade
Começaram as romarias no povoado de Barro Preto,
Hoje cidade de Trindade o coração do Brasil católico
Foi o inicio do culto regional até nossos dias.
   Nossos antepassados nos legaram essa prática
E não podemos deixar de dar continuidade.
Os anseios tão piedosos da nossa gente
Tornou-se herança da população goiana
E os jovens tomaram a si a tocha da fé peregrina.
Vamos então alegres à casa do Pai,
Do Deus que dá sentido à nossa vida.
O divino Pai eterno em Trindade
Espera-nos para uma grande reunião.
Pés no chão, amigos unidos e dispostos,
Na caminhada da fé, lá vamos sem pressa.
Um formigueiro humano nas trilhas
Num crescente constante, interminável.
Cada um leva pouca roupa e muita energia
Os corações pulsando no ritmo da macha.
As motivações são as mais diversas.
Uns agradecendo, outros pagando promessa.
Todos caminham com a imagem do santuário
Que aparece ao longe como miragem
Onde se encontram a fonte das graças,
As emoções do encontro com o Pai
E o abraço acolhedor e carinhoso certo.
No caminho a admiração pela natureza,
Bíblia primeira da criação de Deus
Escrita para a leitura gozosa da inteligência
Humana, encantada com a beleza, adversidade,
E a perfeição de cada ser existente. E as flores?...
Jovens em profusão, homens e mulheres.
Idosos bem acompanhados e firmes
Caminhando, cantando, conversando alto
Para vencer o cansaço e seguir os passos
Do grupo mais perto. Outros se adiantam...
Todos filhos de Deus como numa família
Numerosa da mesma tribo de Jesus.
As árvores, a relva e todos os animais que
Na mata habitam, vendo os grupos
Passarem os saúdam pedindo orações,
Pela sua preservação do fogo e do homem...
Pare com essa destruição pensando no amanhã.
Ao lado do caminho, carros passam  
Em velocidade contida, levando os que
Desejando participar já não podem mais caminhar.
Nas barracas muitos se detêm e descansam
Comem e bebem para após seguir reforçados.
Quanta gente buscando mais vida para a vida,
Caminheiros de Deus pelos anjos acompanhados,
   Protegendo mas com admiração assistindo,
Para levar ao céu as expressões espirituais
E as intenções do grupo e das pessoas
Mensageiros de além pela terra vagando,
Subindo e descendo no meio da multidão.
O Pai estaria também no meio desses filhos.
Antecipando sua chegada até o Santuário.
Caminham muitos ao sol escaldante,
Protegidos por chapéus e bonés, tênis
Aos pés, descamisados às vezes, cantil levando.
Os mais esportistas madrugam na estrada
Para ver o sol nascer como espetáculo
Do dia primeiro da criação da luz...
E quando o sol como príncipe adentra o horizonte,
O canto brota do peito extasiado:
O sol nasceu, é novo dia, bendito seja Deus,
Quanta Alegria em toda a criação em festa.
A maioria prefere o frescor da tarde,
Quando os passarinhos já se recolhem
Em algazarra de cantos ao fim do dia
Admirados pelo movimento inusitado.
Que se repete por vários dias, sem saber
Ao certo de que se tratava, afinal.
   A abóbada celeste azul e dourada
Esconde as estrelas que à noite virão
Brilhar para o encanto dos notívagos a caminho.
O vento sopra amigo, encorajando os caminhantes,
Figura do Espírito Santo aos fiéis guiando
E dizendo que segue com eles até o santuário.
Pela noite os que caminham nesta hora têm
A luz dos carros de faróis acesas e das
Poucas luzes que ainda acendem incertas.
Afinal valeu a pena, caminheiros? ,
Ouvistes os segredos do Pai a cada um?
Não vos esquecestes de agradecer a vida
Alem de pedir saúde e êxitos nos negócios?
O cansaço valeu, pois chegastes felizes.
O Pai de todos, que a cada um conhece
Pelo nome e pela história de vida
Agradece a homenagem dos vossos corações.
Ficou a alegria e a saudade de um grande dia!
Viva o divino Pai eterno, viva Jesus
Seu Filho, e o Espírito Santo. E Maria
A grande Mãe de Deus e nossa Mãe.
Até o próximo ano para novas graças obter
E contar ao Pai as novidades de cada um.
   
  Autor: Paulo Motta

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