As imagens que servem para descrevê-lo são formosas, mas desconcertantes: é como um rufar de asas de pomba ou como uma brisa suave, como um vento impetuoso ou como um vendaval, como um fogo que abrasa ou como uma torrente de água viva, como um selo que marca os eleitos com o sinal de propriedade. Trata-se sempre de símbolos do Espírito, mas não de suas encarnações. Porque nem a pomba, nem brisa, nem o fogo, nem o vento, nem a água são o Espírito. As imagens evocam a invasão e a presença do Espírito Santo. Não nos resta outro caminho que seguí-lo na história, rastear sua ação, ver o que faz e deixar-nos levar pelo seu impulso.
Em outras palavras: o Espírito Santo é inimaginável e inexpressável. A kénosis ou o esvaziamento do Espírito é total. Não tem olhos, nem mãos, nem rosto. Não se vê nem se toca, não se deixa prender nem domesticar. Deixa marcas de sua passagem, mas ninguém pode segui-las; toca, mas é inacessível. Por isso, corre o risco de ser algo distante e abstrato. Assim compreendemos que tenha sido relegado à sombra do esquecimento.
Mas esse Deus sem rosto, que se revela de maneira mais inimaginável para nós, é aquele que penetra mais profundamente em nosso interior. O Espírito Santo é o amor derramado, habitando em nosso interior, fazendo-nos viver uma vida divina. E conduz-nos até ao Pai e ao Filho. Ele, o Desconhecido, invade nossa intimidade.
“Ele é a nossa luz, a nossa respiração, a fonte de todos nossos bons desejos, dos impulsos mais nobres, das aspirações mais formosas.
O Espírito é a força que move a história, o impulso que a alenta, o ar que a leva,” o ar que respiramos.
Autor: Vicente Borragán Mata
Livro: Espírito Santo – Amor, Poder e Vida pg. 14/15
Editora Santuário
Nenhum comentário:
Postar um comentário