sexta-feira, 1 de junho de 2012

O SONHO


Todo sonho é uma carta no envelope do sono

 Os sonhos, sem nenhuma exceção, sempre giram ao redor de conteúdos psíquicos importantes. Se não fosse assim, tais conteúdos psíquicos não teriam fosca suficiente para embaraçar o sono originar os sonhos.
 Não há sonho trivial. Só aparentemente os sonhos são triviais. Bem analisados, fornecem dados valiosos acerca de nossa personalidade e do nosso mundo inconsciente.
 Pelos sonhos podemos conhecer-nos em profundidade. Analisando cada sonho, à medida que sonhamos, poderemos solucionar possíveis conflitos interiores, descobrir problemas que eles querem revelar, podemos ajustar progressivamente nossa vida concreta aos imperativos grandiosos de nossa  vida. Precisamos aprender a interpretar os nossos sonhos, não para virarmos cartomantes, mas para sermos aquilo que essa aprendizagem ajuda a ser.

Quando Freud desvendou uma nesguinha do significado profundo dos sonhos, ficou tão entusiasmado que registrou esta efusão: “Depois de minha morte colocarão uma placa nesta casa: “Aqui, no dia 24 de julho de 1895, Sigmund Freud desvendou o segredo dos sonhos.”
 Ele tinha razão. Pois percebera que “o sonho é a via régia do inconsciente”.
 Não há caminho superior ao sonho para chegarmos até o nosso inconsciente e descobrir o que aí se passa.
 O ego e o superego permitem que o id e o conteúdo recalcado façam à noite o que não deixam fazer durante o dia. Como estamos deitados o inconsciente encontra maneiras fictícias de realizar seus impulsos. É o que tecnicamente chamamos alucinações.
 Todo sonho é uma alucinação.
 Além de ser alucinação, todo sonho é uma dramatização.
 Os pensamentos dos sonhos são pensamentos bem especiais. Jamais são teóricos ou abstratos. São sempre concretos.
 Em Psicanálise deu-se o nome de dramatização a esse aspecto concreto dos pensamentos oníricos, devido à semelhança com a representação teatral.

Autor: João Mohana – Médico e Psicólogo
Livro: Ajustamento Conjugal
Editora Globo

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