quarta-feira, 6 de junho de 2012

Centro de Gravidade

Ignacio Larrañaga

Para cantar a Ti, meu Senhor Jesus,
Quem me dera ter olhos de águia, coração de
criança e uma língua polida pelo silêncio!

Toca meu coração, Senhor Jesus Cristo!
Toca-o e verás como vão despertar os sonhos
Enterrados nas raízes humanas desde o começo
Do mundo.

Todas as nossas ondas morrem em tuas praias.
Todos os nossos ventos dormem em teus horizontes.
Os desejos mais recônditos, sem o saber, te exigem
E te invocam.

Os anseios mais profundos buscam-te impacientemente.
Tu és a noite estrelada, música de diamantes,
vértice do universo, fogo que brota da pedra.
No lugar em que pousas teu pé chagado, o planeta
Arde em sangue e ouro.

Caminhas sobre as correntes sonoras
E pelos cumes nevados.
Suspiras nos bosques seculares.
Sorris na murta e na giesta.
Respiras nas algas, fungos e liquens.
Por toda a amplidão do universo mineral
E vegetal, eu Te sinto nascer, crescer,
Viver, rir e falar.

Tu és o pulso do mundo, meu Senhor Jesus Cristo!
És Aquele que sempre vem vindo das galáxias
Longínquas, do centro ígneo da terra, e
Do fundo do tempo; vens desde sempre,
Há milhões de anos-luz.

Em tua fonte resplandece o destino do mundo
E em coração concentra-se o fogo dos séculos.
Com o coração deslumbrado diante de tanta
Maravilha, inclino-me para te dizer: Tu serás
O rei de meus territórios.

Para Ti será o fogo de meu sangue.
Tu serás meu caminho e minha luz, a causa
Da minha alegria, a razão de meu existir e o sentido
De minha vida. Minha bússola e meu
Horizonte, meu ideal, minha plenitude e minha consumação.

Fora de Ti, não há nada para mim
para Ti será minha ultima canção.
Glória e honra para sempre
a Ti, Rei dos Séculos!

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