SE AS ESTRELAS FALASSEM…
Às vezes, no jardim da minha casa, fico horas contemplando as estrelas no céu.
Parece um jardim tranqüilo de rosas brilhantes que me causa inveja.
Comparo-me a elas, porque acho que elas também têm vida. Dependendo da forma que as vejo, criam-se formatos de espécies humanas passeando entre elas, e no ritmo da brisa, as imagens vão passando na minha cabeça me deixando atordoada, é algo assim de encher o coração de alegria e nostalgia.
Meu peito é tomado por sensações que não consigo descrever, e então, converso com elas apenas com os olhos, e as respostas vão se acomodando em meus ouvidos como se tivéssemos a mais completa intimidade.
Sempre fica a impressão que elas também têm sentimento, coração, também ama e sofre como eu aqui na minha tamanha simplicidade diante delas. Só que com uma enorme diferença, elas não permitem que o brilho se apague. Eu, diante do menor problema ofusco a luz que emana de dentro de mim, demonstro uma aparência feia, obscura, tão sem atrativos, que me sinto sozinha. Ninguém consegue admirar um ser que não se admira e não respeita a si próprio.
Quando consigo manter o equilíbrio na minha vida, a chama em meus olhos, a lucidez em minha alma, consigo manter a luz e o brilho em minha volta e passo a ser respeitada e comparada às estrelas que mesmo distantes são insubstituíveis e admiradas por todos, todas as noites.
E assim como eu, quantas pessoas não confidenciam seus segredos e conflitos a elas, mas tomadas de ansiedade não conseguem entender as respostas… Que muitas vezes acontecem através do brilho, pois não existem palavras.
Se as estrelas falassem…
Contos de: Silvia Cristina Martins Trevisani
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