Ao passear no Líbano, imperador trouxe os libaneses
“A partir de hoje começa um mundo novo”, escreveu dom Pedro 2° em carta a um amigo, diplomata francês, animado com sua viagem turística. “O Líbano ergue-se diante de mim com seus cimos nevados, seu aspecto severo, como convém a essa sentinela da Terra Santa”, explicava. Admirador da cultura e da literatura árabe, o imperador chegava ao Líbano em 11 de novembro de 1876, com esposa e comitiva de 200 pessoas. Era coqueluche entre intelectuais e poderosos da época visitar os países orientais. Por uma semana, dom Pedro visitou instituições e templos, colecionou fotos e lembranças. Deixou seu nome assinado na pedra do templo de Baco e anotou no diário a inscrição de um visitante anterior que lhe chamou atenção: “Como o mundo é besta!”, em francês.
Apesar do objetivo turístico, o imperador atuou no Líbano como verdadeiro diplomata. “Gostaria de ver o maior número de vocês na minha terra, prometo recebê-los bem e tenham certeza de que retornarão prósperos”, afirmava. Cinco anos depois, a primeira leva de imigrantes de lá chegava ao Brasil. Passo inicial para que hoje o número de descendentes libaneses por aqui seja maior até do que a população do país árabe.
Revista: Brasil N°163 Ano 14 Pg. 10
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