Do Aperto em que os tamoios do rio de Janeiro puseram a Capitania de S. Vicente,
e o governador lhes mandou fazer guerra.
e o governador lhes mandou fazer guerra.
Os tamoios, não ainda bem começada a batalha, viraram as costas, que assim o haviam traçado e meteram os nossos, que atrevidamente os iam seguindo, na cilada, donde saíram as mais canoas inimigas e subitamente as cercaram por todas as partes. Mas nem por isso perderam o ânimo os portugueses, antes resistiram valorosamente ajudados do Divino favor, o qual ainda das coisas que parecem adversas sabe tirar prósperos sucessos, como aqui se viu que, acaso ascendendo-se a pólvora se alterou tanto a mulher do general tamoio que, dando gritos e vozes espantosas, atemorizou a todos e, sendo seu marido o primeiro que fugiu com ela, os seguiram os mais, deixando livres os nossos, os quais, tornando às suas fronteiras, deram graças a Deus por tão grande benefício, e por os haver livres de perigo tão grande pela voz e assombro de uma fraca mulher, ainda que depois declararam os mesmos inimigos que não fora para isto, senão por haverem visto um combatente estranho, de notável postura e beleza que, saltando atrevidamente nas suas canoas, os enchera de medo. Donde creram os portugueses que era o bem-aventurado S. Sebastião, a quem haviam tomado por padroeiros dessa guerra.
Autor: Frei Vicente do Salvador
Livro História do Brasil pág. 125
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