Encontramos
freqüentemente pessoas que se queixam da falta de credibilidade da religião, da
igreja, da pregação eclesiástica. E o fato é que os que se queixam disso têm
razão para fazê-lo. Talvez, nunca como agora, as instituições religiosas se
viram tão carentes de credibilidade por parte de grandes setores da população.
Mais concretamente, o que chama atenção neste momento é que, enquanto a crença
em Deus e o desejo de espiritualidade se mantem na
maior parte das pessoas, a fé na igreja e o sentimento de pertencer a ela
diminuem dia a dia. Caminhamos diretamente, a uma grande velocidade, para uma
“espiritualidade sem igreja”. Não se trata, neste capítulo, de analisa porque
ocorre isso hoje. Se faço menção a este assunto, é
porque ele dá ensejo a que se compreenda um dos aspectos mais desconcertantes da
ética de Cristo. Vou explicá-lo analisando o primeiro dos “sinais” que Jesus
realizou em sua vida pública.
Antes
de tudo, é preciso dizer algo sobre os “sinais”. O Evangelho de João termina seu
relato com estas palavras: “Jesus operou ante os olhos de seus discípulos muitos
sinais que não estão consignados neste livro. Estes foram escritos para que
creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para
que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20,30-31).
Assim resume o último evangelho o que foi a atividade de Jesus. De acordo com o
que aqui se afirma tal atividade constitui em uma série de “sinais”, que ficaram
por escrito porque tais palavras-chave: “sinais” “fé” e “vida”. Jesus realiza
coisas que tinha um significado. Por isso, tais coisas são denominadas “sinais”,
sinais que produzem uma profunda experiência que é a fé. E com tudo isso, o que
Jesus queria, definitivamente, era da vida. Que a pessoa tivesse uma vida plena,
digna, segura, feliz.
Livro: A ética de
Cristo pág.
61-62
Autor: José M. Castillo
Postado por Masé Soares
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