domingo, 4 de novembro de 2012

ÉTICA, FÉ E VIDA



Encontramos freqüentemente pessoas que se queixam da falta de credibilidade da religião, da igreja, da pregação eclesiástica. E o fato é que os que se queixam disso têm razão para fazê-lo. Talvez, nunca como agora, as instituições religiosas se viram tão carentes de credibilidade por parte de grandes setores da população. Mais concretamente, o que chama atenção neste momento é que, enquanto a crença em Deus e o desejo de espiritualidade se mantem na maior parte das pessoas, a fé na igreja e o sentimento de pertencer a ela diminuem dia a dia. Caminhamos diretamente, a uma grande velocidade, para uma “espiritualidade sem igreja”. Não se trata, neste capítulo, de analisa porque ocorre isso hoje. Se faço menção a este assunto, é porque ele dá ensejo a que se compreenda um dos aspectos mais desconcertantes da ética de Cristo. Vou explicá-lo analisando o primeiro dos “sinais” que Jesus realizou em sua vida pública.
Antes de tudo, é preciso dizer algo sobre os “sinais”. O Evangelho de João termina seu relato com estas palavras: “Jesus operou ante os olhos de seus discípulos muitos sinais que não estão consignados neste livro. Estes foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome” (Jo 20,30-31). Assim resume o último evangelho o que foi a atividade de Jesus. De acordo com o que aqui se afirma tal atividade constitui em uma série de “sinais”, que ficaram por escrito porque tais palavras-chave: “sinais” “fé” e “vida”. Jesus realiza coisas que tinha um significado. Por isso, tais coisas são denominadas “sinais”, sinais que produzem uma profunda experiência que é a fé. E com tudo isso, o que Jesus queria, definitivamente, era da vida. Que a pessoa tivesse uma vida plena, digna, segura, feliz.

Livro: A ética de Cristo   pág. 61-62
Autor: José M. Castillo


Postado por Masé Soares

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