Eu preciso refletir sobre
o grande amor
De minha querida mãe que
tanta falta
Me faz para hoje
compreender a dor
Das perdas passadas,
outras em pauta
De minha mãe trago seus
traços em mim
De espiritualidade e
romantismo, em ver
A vida toda em cores e
flores sem fim,
Com os encantos do mundo
conviver.
Seu olhar iluminava os
meus dias
Adivinhando a minha
sina,ser poeta.
Ou padre eu seria.
Escreveria poesias,
Se padre, seguir a JESUS
seria a meta.
Mãe, tão pouco eu convivi
ao seu lado,
Dividi minha linda idade
de criança
Com amigos, o rio buscando
para o nado
Ou nas fazendas curtindo
vida mansa.
Para o seminário a senhora
me encaminhou
Mesmo de um filho sofrendo
a ausência
Mais pensando em seu
futuro, me preservou
Do ambiente de Funil para
vícios tendência.
Sua lembrança era de
lágrimas uma fonte
Que estimulava os estudos
bem aproveitar
E nas orações, fazendo uma
linda ponte
Entre Nossa Senhora e a
mãe do meu lar.
Hoje quero dizer à senhora
com muita emoção,
Tenha certeza que no céu
estando, meu amor
É de quem a tem
carinhosamente no coração
Para a DEUS agradecer e
aliviar toda dor.
Meu avô pela predileção
chamava-a Santinha
E casada a queria com
homem rico e nobre.
Deus bem diferente outro
homem tinha,
Meu pai lhe deu como a
Maria, José pobre.
Nós seus filhos a DEUS
muito agradecemos
Pelos pais que tivemos e
que por todos nós
Tudo fizeram com
sofrimentos,reconhecemos,
Mas nos viram crescer bem
e poder viver a sós.
A sua vida mãe, foi um
sofrer sorrindo.
Sendo a mais bonita das
filhas,isso
A fez sofrer ciúmes e
invejas, indo
Pelo tempo afora como se
fora feitiço...
E as treze concepções em dezesseis anos
Que não lhe permitiam boa
recuperação
Aumentaram os trabalhos
incríveis, insanos
De distribuir a cada idade
carinhos do coração.
E quando começaram os
filhos em casa chegar
O desemprego do pai a
família fez sofrer.
Dura foi a necessidade do
trabalho procurar .
De casa saiam para longe
farinha fazer.
Filho de poderoso coronel
agora doente
Ajuda não recebeu e sobras
de comida tia
Sinhá mandava para minorar
da gente
A fome que a pobreza sem
trabalho trazia.
Vovô morreu de bronquite,
herança que desceu
A alguns filhos. E a
partilha como foi não sei.
Depois tia Pequena no
resguardo de Bosco faleceu.
Os sofrimentos se
juntavam, da vida é a lei
E o café da fazenda,
vendido nada rendia?
Depois de dez anos de duro
trabalho mal pago
A readmissão de papai
chegou afinal um dia.
Eram já nove os filhos
ficando o José vago.
Ele foi o primeiro dos
seis filhos que saíram
Para no seminário estudar.
Vazio no coração
Da mãe deixando, na
certeza de que partiram
Para a vida melhorar,
recebendo educação.
Os vinte anos em Funil
foram fútil vidinha,
Vivendo sem amizades e
confidentes e depois
Com a saída de Mariinha,
também de Cidinha,
E a morte de Dindinha o
sofrimento recompôs.
A mudança para o Rio foi
graça de Deus
Coragem de Marinha para a
vida recomeçar.
A família se reunia, mas
os trabalhos seus
Não diminuíram, vieram
outros; é em Deus confiar.
As muitas malandragens de
Francisco doíam,
A ida de Cidinha de
surpresa para o convento
A todos foi uma reflexão
que devagar iam
Lembrando a bênção do céu
que veio lento.
Mas a morte de José foi
uma imensa tristeza
Que a todos abalou, cada
um sofreu calado
Sentindo-se desfalecido
pela perda da riqueza
Que era este irmão e filho
em desastre imolado.
Mas a vida reservou dura
prova ao coração
Da mãe. O incêndio de sua
casa que tudo levou
Sonhos, gastos com uma
pequena construção
Em fase de acabamento pra
Leandro, na rua ficou.
Sua vida de léu em léu
perdeu a razão
Papai já tinha ido e a
filha do coronel
Que só filhos tinha e a fé
no coração
Como Maria ao pé da cruz
disse: Deus meu!...
Mártir da maternidade, do
sofrimento, da pena
De não mais a ouras pessoas poder ajudar,
Na paróquia trabalhar.Saia
de vagar da cena
Das amizades e das rezas
de com outros participar.
A chama da vida nela então
bruxuleava
E quem ao câncer superado
tão bem havia
Cedo veio se abatendo; a
fraqueza a abalava
Santinha nossa mãe, mártir
do amor se ia!...
Mártir da maternidade, do
sofrimento, da pena
De não mais a ouras pessoas poder ajudar,
Na paróquia trabalhar.Saia
de vagar da cena
Das amizades e das rezas
de com outros participar.
A chama da vida nela então
bruxuleava
E quem ao câncer superado
tão bem havia
Cedo veio se abatendo; a
fraqueza a abalava
Santinha nossa mãe, mártir
do amor se ia!...
Sua memória,mãe,é
canonizada no coração.
Santinha seu nome,hoje
junto de DEUS
É a protetora dos filhos
com muita afeição.
Cuidando das dores e dos
amores seus.
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