terça-feira, 15 de maio de 2012

A Família ainda não está liquidada



A FAMÍLIA AINDA NÃO ESTÁ LIQUIDADA

           Texto de Dr. Benjamin Spock

Onde quer que eu vá em minhas viagens para conferências,
geralmente em universidades, e nas publicações que leio,
encontro, cada vez mais, acerbas críticas a respeito do casamento
e da vida em família nos Estados Unidos.
Somos detentores de um dos mais altos índices de divórcios em
todo o mundo,
 mas o mais sério talvez seja a quantidade de tensões
e hostilidades existentes em muitas famílias
 em que os pais ainda continuam juntos.
 Nossos altos níveis de delinquência, 
crimes, alcoolismo, drogas, 
doenças mentais e suicídios, em parte refletem
as precárias condições de vida em nossas famílias.
Um grande número de críticos, especialmente entre os jovens, 
os antropólogos e sociólogos,
 colocam uma boa parte da culpa no isolamento
 do atual núcleo da família que só consiste de
pai, mãe e filhos.
Nas gerações anteriores, os avós, tias, tios e primos 
moravam sempre por perto e ajudavam nos cuidados às crianças.
 Constituíam uma extensão da família que
 proporcionava apoio e amor mútuos para todos os seus membros 
e serviam para diluir as tensões 
entre pais e filhos. 
A solidariedade dessa extensão da família 
foi interrompida principalmente pela modalidade habitacional
 sem precedentes de nossa época, 
quando os casais jovens estão sempre
prontos para se mudarem para qualquer recanto do país
 ou mesmo do mundo para seguirem carreiras que escolherem.
Essa mesma modalidade devida a mudança de cargos
 e localidades nos empregos e a mudança de residência,
impede que os jovens casais firmem raízes em qualquer território.
Esse isolamento da comunidade serve para,
 ainda mais, concentrar a 
dependência – e os antagonismos – dentro do núcleo da família.
Eu sou da opinião que 
existem outras razões de tensão dentro da família.
 A autoridade da religião, 
que antes proporcionava um forte sentimento de orientação e dever,
 vem sendo progressivamente enfraquecida.

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