segunda-feira, 3 de junho de 2019

FORA DE MODA, QUE PENA...


           
            Olho pela janela de meu apartamento e vejo as pessoas passarem pela calçada. O sol está a pino nesta cidade do Planalto Central. Homens, mulheres, rapazes e moças caminhando sem proteção na cabeça. No Oriente todos usam turbantes brancos e as mulheres escondem até os rostos. Mas quando a cidade de Paris em anos remotos vejo as sombrinhas coloridas e os senhores com seus chamberlains como parte do vestuário elegante. O que mudou, o sol que está mais frio ou a pressa das pessoas que esquecem em casa seus chapéus e complementos adequados à temperatura do dia? Certamente que nada disso, mas a moda adequada ao comodismo indiferente às necessidades da saúde. De tal modo andam as coisas que se vemos um senhor com o seu guarda-sol, ou uma senhora com sua sombrinha para se proteger do calor e criar sua proteção imaginamos tratar-se de velhos dos velhos tempos...
            Mas quando chove ninguém arrisca sair de casa sem a devida proteção adequada, agora guarda-chuva e sombrinhas mais enfeitadas e de tamanho maior. È isso aí. Moda é ditadura de uma maioria que não pensa, segue a manada descuidada e sem liberdade de escolha pessoal para a ocasião. Mas aqui também vem à lembrança dos nossos doutores de ternos e engravatados em clima equatorial, súditos de uma Europa com clima tão diverso. Nem mesmo um Presidente da República conseguiu convencer os magnatas para usar safari. Ele deu exemplo. Não adiantou inda mais que renunciou ao poder.
            Interessante aqui é lembrar que os homens usam guarda-chuvas ou também chamados de guarda sol. Sendo que o verbo guardar aqui significa proteger. Se fossemos usar esse verbo em outras situações veríamos a grande diferença. O guarda como soldado, o guarda chaves como funcionário de estrada de ferro, o guarda móveis como lugar de depósito a curto prazo e assim por diante. Já a sombrinhas das mulheres teve um nome tão bonito e adequado e ainda melhor com os coloridos de que as mulheres tanto gostam. Só que usadas no sol seu nome e adequado. Mas se tiver chovendo elas não querem sobrinhas, mas, sim proteção contra a chuva e aí o nome não cobriu as funções do instrumento protetor.
            As sombrinhas não são usadas apenas como proteção do sol ou da chuva. Elas fazem parte de um balé colorido tão antigo e tão bonito até hoje. O perigo dos guarda chuvas e sombrinhas é serem esquecidos quando não há chuva nem sol e acha-los no lugar onde esquecemos, dá trabalho. A memória de lembrar o local específico onde fora esquecido.
            Aqui me lembro de um uso da sombrinha inusitado e foi quando uma moça pedida em casamento veio a descobrir que seu noivo era casado e tinha filhos, sendo que um deles foi procura-la perguntando sobre seu pai. Quando a moça encontrou o ex namorado, caiu em cima dele com sombrinhadas na cabeça, na cara, e o homem estranhou o comportamento da amada sem saber a razão de tanta fúria o que pra ela era até pouco pois ludibriar uma pessoa de boa fé  merece mesmo apanhar. Mas como mulher não usa cacete e na hora não tinha vassoura, a sombrinha cumpriu bem o papel.
            Esse fato veio a ser o motivo da dispensa do gaiato de seu emprego no condomínio no qual ele era porteiro.

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